A pouco tempo, uma revista de grande circulação nacional informava que 30% dos casamentos terminam ainda no primeiro ano e 50% terminarão entre o segundo e terceiro anos de casados. É de fato uma triste realidade…
A verdade é que somos convidados por Deus a refletir o seu amor no mundo, especialmente no convívio entre homem e mulher pois cada casal, cada família tem sobre si um projeto divino, único e abençoado pelo Pai.
O matrimônio, quando vivido junto com Deus, pode ser renovado a cada dia, de forma que não mais vivamos apenas um ao lado do outro, mas sim um para o outro, pois no seu projeto de felicidade, não casamos com alguém para apenas sermos felizes ou realizar nossos desejos, mas sim para fazer o outro feliz, realizar seus desejos, seus sonhos… até parece que a ordem da frase está invertida, mas é isto mesmo, pois quando Deus faz parte de um relacionamento, o amor toma uma nova dimensão. Desta forma, uma boa preparação no namoro e no noivado nos ajuda a ter claro que existem diferenças entre a união baseada no amor e a baseada somente na paixão.
O amor normalmente surge de maneira tranquila, serena e tende a ir crescendo aos poucos. Com ele não temos medo de ser transparentes, mostrando o que pensamos ou sentimos, sem receio de nossos defeitos. No amor, a amizade, a compreensão, a presença do outro é mais importante do que a aparência ou a atração física, pois só o estar juntos basta. O amor é único, verdadeiro e fiel e sempre é reconhecido pelos outros que percebem que mudamos ou sentem firmeza na relação.
A paixão, pelo contrário, costuma surgir como um relâmpago, fazendo parecer que vamos morrer de amor. É algo fulminante, e apesar de parecer muito forte, é também muito rápido. Nela procuramos mostrar apenas as qualidades e ser aquilo que acreditamos que agradará o outro. Temos medo de revelar nossos defeitos e falhas. O físico e o visual são fundamentais e há um desejo enorme pelo tocar no corpo do outro. Na paixão, pode-se gostar de mais de uma pessoa ao mesmo tempo e ficar com outros é muito normal. O ciúme é excessivo e a infidelidade é sempre justificável. Normalmente gera muitas intrigas com a família, com os amigos e muitos percebem que o relacionamento não vai dar certo.
É um verdadeiro perigo estruturar uma relação baseada apenas no fogo da paixão, mas, o que fazer se misturarmos as coisas? Os casais devem procurar viver a caridade proposta por São Paulo e já tão repetida em diversas canções:
‘O amor é paciente, é bondoso. Não tem inveja e não é orgulhoso. Não é arrogante e nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita e não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará… ‘ (I Cor 13, 4-8)
Leia mais:
:: Quer viver um grande amor?
:: Um sentimento chamado paixão
:: A esperar um grande amor
Os casais, por melhores que sejam, não devem caminhar sozinhos, acreditando que tudo sabem ou podem. Crises sempre existirão, no entanto, é a forma como serão resolvidas que determinará o sucesso ou não do matrimônio. É fundamental possuir um mesmo projeto de vida e sempre buscar a presença de nosso Senhor, acreditando em sua intervenção divina para nos auxiliar na difícil caminhada a dois.
Não é a paixão, mas o verdadeiro amor, que nos ensinará a cada dia, a perdoar sempre, compreender-se mutuamente, ter paciência com as limitações e erros do outro, vencendo o ciúme, o orgulho próprio, suportando o sofrimento pelo bem da relação. Recorrer a Deus, através da oração é fundamental para que um relacionamento fragilizado pela simples paixão, se transforme em um verdadeiro amor doação.
Como saber se amo verdadeiramente alguém? O que é amor?
Ama e faz o que quiseres. Essa frase belíssima e significativa de Santo Agostinho, infelizmente, é mal interpretada. Para compreendê-la, deve ser respondida uma pergunta básica: o que é o amor? Muitas pessoas julgam saber da resposta, mas, na verdade, estão enganadas. Como diz o ditado popular, “estão comprando gato por lebre”.
É muito comum ouvirmos da boca dos jovens a seguinte frase: “Estou perdidamente apaixonado por minha namorada. Tenho um sentimento imenso de amor por ela!”. Façamos uma avaliação dessa frase, de modo a compreender como pensa um jovem sobre o significado do amor.
O que é paixão?
A primeira coisa a destacarmos aqui é quando o jovem diz: “Estou perdidamente apaixonado por você”. A paixão é algo fascinante e belo do ponto de vista humano. Trata-se daquele momento em que predominam os sentimentos, as emoções. Existe até uma dito popular: “Quem se apaixona perde a razão”. A partir disso, pode-se concluir que paixão não é amor. Tem seu valor em um relacionamento afetivo, pois é aquela primeira fase, é o encantamento, quando “o mundo gira em torno da pessoa amada”. Não existe ninguém melhor, mais belo e inteligente. Porém, a paixão é como a flor que desabrocha, mas não dura mais que uma estação.
Segunda parte da frase: “Tenho um sentimento imenso de amor por ela”. Nessa segunda parte, o engano é ainda maior. Muitos acham que amor é sentimento, mas amor não pode ser sentimento, pois estes podem nos trair. Hoje, sentimos algo que, inclusive, pode ser nobre, porém, amanhã, podemos deixar de sentir. É próprio do sentimento não ser duradouro, faz parte de sua essência ser passageiro.
Leia mais:
.: O que fazer para o namoro dar certo?
.: O amor não é lucro de retorno imediato
.: Existe desilusão amorosa em um verdadeiro amor?
.: A ternura nasce no coração de quem se sente amado
O que é amor?
Se o amor não é paixão, muito menos sentimento, o que ele é afinal? Erich From diz o seguinte: “O amor será essencialmente um ato de vontade, de decisão de entregar minha vida completamente à de outra pessoa. […] Amar alguém não é apenas um sentimento forte: é uma decisão, um julgamento, uma promessa. Se o amor apenas fosse um sentimento, não haveria base para a promessa de amar-se um ao outro para sempre. O sentimento vem e pode ir-se!” (Erich From, A arte de amar, p. 71-72).
O “amor em contraste é a maratona do coração. Exige treinamento, disciplina, paciência e trabalho. Não é um esporte de espectadores nem um evento com o resultado decidido em segundos. É escalar montanhas, sofrer dores e resistir à tentação de se desligar. […] Quando o amor é considerado um ato da vontade […], sobrevive enquanto o coração bater. Em outras palavras, embora estar apaixonado, às vezes, leve o casal ao casamento, é o amor que faz o casamento durar. De modo mais específico, o compromisso deliberado e ativo que o amor faz supor está no centro do arrebatamento conjugal”. (Genovesi, 142).
Leia também: O que é o amor?
O verdadeiro sentido do casamento
Por que morre a planta do amor?
O amor é indispensável para o relacionamento
Sem o verdadeiro conceito de amor podemos ferir muita gente; além do mais, passaremos a vida inteira enganando nós mesmo e os outros. Quantos namoros acabaram, porque faltou amor! Viveram muito tempo junto somente apaixonados, não deram o próximo passo para chegar ao amor maduro e verdadeiro. Muitos casamentos também terminaram por motivos parecidos, pensavam que paixão, sentimento e amor eram a mesma coisa. Por não terem conhecimento, fatalmente o casamento acabou.
Ao tratar-se de um relacionamento, é indispensável o amor, pois ele não existe sem sacrifício. Quem não é capaz de se sacrificar é porque não ama de verdade. Aqui está a necessidade, já no namoro, de ambos abrirem mão de suas vontades em prol do outro, de modo a aprenderem a se sacrificar pelo bem do outro. Quem assim fizer, sem dúvida, terá um casamento feliz e duradouro, porque aprendeu que o verdadeiro amor exige sacrifício.
O Amor pode terminar?
Acesse: https://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2015/01/16/o-amor-pode-terminar/
Por que o Amor é para sempre?
https://cleofas.com.br/por-que-o-amor-e-para-sempre/
Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/ha-diferenca-entre-amore-paixao/