Por que devo receber o corpo do Deus vivo na boca?


As duas maneiras existentes — na boca e na mão — para o recebimento da Sagrada Eucaristia são igualmente válidas. Porém receber na mão, se corre o grande risco de cometer um grande pecado que é deixar uma particula do corpo do Deus vivo cair no chão. A olho nu, podemos não perceber por ser uma particula muito pequena. Então mostraremos alguns motivos concretos do perigo de receber na mão.

⚜️COMO RECEBER A COMUNHÃO⚜️


As duas maneiras existentes — na boca e na mão — para o recebimento da Sagrada Eucaristia são igualmente válidas. Oficialmente, a Comunhão deve ser colocada diretamente na boca do fiel, que também pode desejar que ela seja colocada sobre a sua mão. A partir de 1969, por meio da "Instrução Memoriale Domine", redigida por mandato especial do papa Paulo VI, a Santa concedeu às Conferências Episcopais, para que em suas respectivas dioceses, tivessem a faculdade de permitir a Comunhão na mão. A regulamentação eclesial salienta que o mais importante é comungar de maneira reverente, consciente de que não se está comendo um pedaço de pão comum, mas a matéria transubistanciada no Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.


"Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares aonde Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar a sagrada hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão."

 

 

(Instrução Redemptionis Sacramentum, 92)
Na Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), em seu n ° 160, está explicitado que "não é permitido que os próprios fiéis tomem, por si mesmos, o pão consagrado nem o cálice sagrado, e menos ainda que o passem entre si, de mão em mão. Os fiéis comungam de joelhos ou de pé, segundo a determinação da Conferência Episcopal. Quando comungam de pé, recomenda-se que, antes de receberem o Sacramento, façam a devida reverência, estabelecida pelas mesmas normas".


O Papa Bento XVI observou que ajoelhar-se é “uma expressão da cultura cristã, que transforma a cultura existente por meio de um novo e mais profundo conhecimento e experiência de Deus”. Em seu livro "O Espírito da Liturgia", existe uma história oriunda dos ditos dos Padres do Deserto, "segundo a qual o diabo foi compelido por Deus a se mostrar a um certo Abba Apolo. Ele parecia preto e feio, com membros magros assustadores, mas, o mais impressionante, ele não tinha joelhos. A incapacidade de se ajoelhar é vista como a própria essência do diabólico".

 

 

O padre Josef Andreas Jungmann, professor de Teologia, em sua obra "Missarum Sollemnia", realizou um estudo histórico-teológico da Missa romana e constatou que a recomendação para se comungar de joelhos se inicia no século XVII, embora na Cúria Romana, no século XIV, somente o Bispo comungasse de pé.


Papa Francisco disse que “o fiel deve se aproximar da Eucaristia normalmente ou em forma de procissão e comungar em pé ou de joelhos, conforme determinar a Conferência Episcopal [local], recebendo o Sacramento na boca ou, onde for permitido, na mão, como preferir”. A possibilidade de escolha pode ser suprimida em casos de perigo de profanação (em missas campais, por exemplo), onde se deve distribuir a Comunhão somente na boca dos fiéis, ou se a Comunhão for em duas espécies, pois: “Não se permita ao comungante molhar por si mesmo a hóstia no cálice, nem receber na mão a hóstia molhada” (Instrução RS, 104).


Entretanto, o padre Javier S. Martínez salienta sete pontos para os fiéis que receberem a Comunhão não mão observarem:


1° A Comunhão na mão deve manifestar, tanto quanto a Comunhão recebida na boca, o respeito para com a real presença de Cristo na Eucaristia. Por isso, será preciso insistir, como faziam os Padres da Igreja, sobre a nobreza dos gestos dos fiéis. Assim, os recém batizados do fim do século IV recebiam a norma de estender as duas mãos fazendo "com a esquerda um trono para a direita, pois esta devia receber o Rei" (5.ª Catequese Mistagógica, n. 21, PG 33, 1125; S. João Crisóstomo, Hom. 47, PG 63, 898, etc.).

 

 


2° Seguindo ainda os Padres, será preciso insistir sobre o "Amém" que o fiel diz em resposta às palavras do ministro: "O Corpo de Cristo". Este "Amém" deve ser a afirmação da fé: "Quando pedes a Comunhão, o sacerdote te diz: "O Corpo de Cristo", e tu dizes: "Amém", "é isto mesmo"; o que a língua confessa, conserve-o o afeto" (S. Ambrósio, De Sacramentis, 4, 25).


3° O fiel colocará a mão esquerda sobre a direita para receber a Eucaristia, formando uma cruz e um trono, de maneira a receber a realeza de Cristo, levá-la-á à boca antes de voltar ao seu lugar; o fiel apenas se afastará, ficando voltado para o altar, a fim de permitir que se aproxime aquele que o segue; que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e que não se desloque (retorne) tendo na mão as espécies eucarísticas.


4° É da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, que é a Comunhão com o Corpo de Cristo e com a Igreja. Eis porque o fiel não deve ele mesmo retirar a partícula de uma bandeja ou de uma cesta, como o faria se se tratasse de pão comum ou mesmo de pão bento, mas ele estende as mãos para receber a partícula do ministro da Comunhão.


5° Recomendar-se-á a todos, especialmente às crianças, a limpeza das mãos, em respeito à Eucaristia.

 

 


6° Será preciso previamente ministrar aos fiéis uma catequese do rito, insistir sobre os sentimentos de adoração e a atitude de respeito que se exige (cf. Dominicæ Cœnæ, n. 11). Recomendar-se-lhes-á que cuidem de que não se percam fragmentos de pão consagrado (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, 2 mai. 1972, Prot. n. 89/71, em Notitiæ 1972, p. 227).


7° Os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão; ao contrário, ficarão plenamente livres para comungar de um ou de outro modo.


A Comunhão na boca teria nascido devido, sobretudo, a abusos para com a Sagrada Eucaristia por parte de fiéis que a recebiam na mão. Desse modo, a Igreja adotou, quase universalmente, no século IX, a colocação da Eucaristia sobre a língua do fiel. É o que diz Concílio de Ruão (França), por volta de 878: “A nenhum homem leigo e a nenhuma mulher o sacerdote dará a Eucaristia nas mãos; entregá-la-á sempre na boca” (cânon 2).
Existem duas correntes, com argumentações diversas, para justificar a prática histórica da Comunhão entregue na mão ou na boca. Ei-las:


COMUNHÃO NA MÃO


Os defensores dessa corrente de argumentação utilizam escritos dos Padres antigos que comprovam que a Comunhão era dada na mão, como o texto atribuído São Cirilo de Jerusalém († 381) que diz: “Quando te aproximares, não caminhes com as mãos estendidas ou os dedos separados, mas faze com a esquerda um trono para a direita, que está para receber o Rei; e logo, com a palma da mão, forma um recipiente; recolhe o corpo do Senhor; e dize: ‘Amém’” (Catequese Mistagógica V,21s).

 

 


Outros escritos também são utilizados para corroborar com tal argumentação, como Santo Agostinho (Contra ep. Parmen., II,7,13); Teodoro de Mopsuéstia (Sermões Catequéticos IV); São João Crisóstomo (Homilia 47); Cirilo de Jerusalém (Catequeses Mistagógicas de Jerusalém, V 21s); Tertuliano (De idolol. c.7); Dionísio de Alexandria (em Eusébio, Hist. Eclesiástica VII,9,4); Papas Cornélio a Fábio (em Eusébio, Hist. Eclesiástica VI,43,18).
O padre Jungman e a Dra. Elizabeth Kleint também defende a ideia de que a Comunhão seguiu esse padrão até o século IX.


COMUNHÃO NA BOCA


Os defensores dessa corrente, para desligitimar o texto atribuído a São Cirilo, utilizam os estudos de Dr. Taylor Marshall, defensor do catolicismo tradicionalista, que afirma que alguns manuscritos não atribuem a Catequese Mistagógica a São Cirilo. Outro estudioso com argumentação semelhante é Michael Davies, presente na obra "Comunhão na mão e outras fraudes semelhantes", p. 8.

 

 


Outras as citações a seguir mostrariam que na Igreja a norma era comunhão na boca, como o Conselho de Saragoça (380): "Excomungue qualquer um que se atreve a receber a Sagrada Comunhão em suas mãos", e o Sínodo de Toledo (400) teria confirmado esta frase; o Papa São Leão, o Grande (440–461):

“Hoc enim orit sumitur quod fide creditur” traduzido como “Isso é certamente recebido pela boca, em que acreditamos pela fé”; o 6º Concílio Ecumênico de Constantinopla (680-681) proibiu aos crentes tomar a Sagrada Hóstia nas mãos, excomungando transgressores; o Sínodo de Córdoba (839) condenou a seita dos chamados “casianos” por se recusarem a receber a Sagrada Comunhão diretamente na boca, e o Sínodo de Rouen (878), que disse: “Nas mãos de nenhum leigo, homem ou mulher, a Eucaristia deve ser colocada, mas apenas na boca”. Don Enrico Zoffoli, publicou o livro "Comunione sulla mano?", onde crítica a argumentação Jungmann.

 

 

 

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