Nesta distinção, alguns entendem que no segundo caso até caiba a utilização de camisinha, porém em ambos os casos, a utilização do preservativo (camisinha) não se harmoniza com os ensinamentos bíblicos e a tradição, senão vejamos:
No primeiro caso, se a pessoa utiliza a camisinha para ter relacionamento sexual “antes” do casamento, por óbvio está pecando contra a castidade, cujo pecado denomina-se “fornicação” e que pode ser localizado na Carta de São Paulo aos Gálatas (5; 19-21).
No segundo caso, ou seja, na constância do casamento, se o casal utiliza a camisinha para manter relações, está evitando a procriação, a geração de nova vida, por vontade humana própria, o que é totalmente contrário ao mandamento de Deus para que “sejam fecundos e multipliquem”, encontrado por mais de uma vez no livro do Gênesis (1; 22, 28 e 9; 7);
Ora, se Deus ordena para que sejamos fecundos e por vontade própria um casal deseja “não ser fecundo” e fechar-se à geração de vida por motivos pessoais, não há de se questionar que este casal está em pecado, pois, por livre vontade decidiu a não cumprir a vontade de Deus. Confira a definição de pecado dada pelo CIC (Catecismo de Igreja Católica) 1849-50:
“O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como ‘uma palavra, um ato ou um desejo contrário à lei eterna’. O pecado é ofensa a Deus: ‘Pequei contra ti, contra ti somente; pratiquei o que é mau aos teus olhos’ (Sl 51,6). O pecado ergue-se contra o amor de Deus por nós e desvia dele os nossos corações. Como o primeiro pecado, é uma desobediência, uma revolta contra Deus, por vontade de tornar-se ‘como deuses’, conhecendo e determinando o bem e o mal (Gn 3,5). O pecado é, portanto, ‘amor de si mesmo até o desprezo de Deus’. Por essa exaltação orgulhosa de si, o pecado é diametralmente contrário à obediência de Jesus, que realiza a salvação”.
Poderia até se questionar que alguns casais têm justificativa para utilizarem a camisinha nas suas relações, tais como impossibilidade financeira, problemas de saúde, e outros tantos motivos. No entanto, tais motivos são incapazes de afastar a conduta pecaminosa. Explico: Se um casal tem problemas financeiros (problema enfrentado pela maioria da população hoje em dia), e por isso decidem não ter filhos até superar a crise, é notório o egoísmo destes. A desculpa de parcos recursos financeiros não é motivo para o casal se fechar em si mesmo. Tome-se como exemplo o próprio Jesus, que nasceu em local paupérrimo e com total escassez de recursos financeiros, justamente para nos provar que a condição financeira não pode ser tomada para que nos desviemos do plano de Deus para nossas vidas. Nós somos ricos não por aquilo que temos, mas por aquilo que pensamos!
Quanto aos demais motivos que possam surgir, estes não justificam o uso da camisinha dentro do casamento. Pense agora com a lógica: qual é a finalidade da relação sexual e dos órgãos reprodutores do homem e mulher?? Não precisa pensar muito... É lógico que a relação sexual tem como único objetivo gerar nova vida. E se assim o é, a utilização de preservativos contraria a própria finalidade do relacionamento sexual. Bom, não vamos adentrar aqui em maiores detalhes, porque seria um assunto para outro artigo mais amplo. Mas a verdade é que, se você pratica um ato que contraria sua própria finalidade (a natureza humana), ou seja, se você nega a finalidade para que Deus te criou, você está pecando, dando um contra-testemunho.
Pode até ser que algum católico mais debochado possa questionar que a simples utilização da camisinha não seria pecado, mas somente se esta fosse utilizada para a realização do ato sexual. De fato, se alguns a utilizam única e exclusivamente como bexiga, por óbvio não estaria pecando! Eu apenas diria que se ela fosse utilizada para esta finalidade é por simples “falta do que fazer” de quem a utiliza. O fato é que a camisinha, “em si”, não se trata de um pecado, mas de uma “concupiscência”, que o Catecismo da Igreja Católica assim define:
“No sentido etimológico, a ‘concupiscência’ pode designar qualquer forma veemente de desejo humano. A teologia cristã lhe deu o sentido particular do apetite sensível que se opõe aos ditames da razão humana. O apóstolo Paulo a identifica com a revolta que a ‘carne’ provoca contra o ‘espírito’. Provém da desobediência do primeiro pecado. Transforma as faculdades morais do homem e, sem ser pecado em si mesma, inclina-o a cometê-lo”.
Assim, parafraseando o exemplo que citei, penso que a utilização de camisinha como bexiga, somente acontece quando a pessoa que a adquiriu não conseguiu usá-la para o fim principal desta, subsistindo, portanto, a concupiscência.
Questiona-se ainda que o uso da camisinha seria bom, pois impede a transmissão de várias doenças, inclusive a AIDS. Mas esta afirmação não pode ser aceita por vários motivos:
1) cientificamente ficou provado que a camisinha que é constituída de látex que não impede 100% a transmissão de doenças, principalmente a AIDS. É fato que possa reduzir a probabilidade de transmissão, mas não extingui-la. Ademais, está provado também que na saliva da pessoa contaminada existe o vírus da AIDS que pode ser transmitido pelo beijo na boca ou sexo oral se a pessoa sã tenha feridas ou machucados na sua boca, ainda que decorrentes da escovação dentária e aqui a camisinha não oferece nenhuma proteção. Somente para descontrair, note-se que ainda não criaram a camisinha bucal...
2) a vida eterna é um bem maior que a vida terrena. Isto Jesus já nos ensinou com toda sua magnitude. Assim, já que todo pecado causa a morte espiritual e se a relação sexual antes ou depois do casamento com o uso da camisinha é pecado, como já vimos, as doenças seriam conseqüências visíveis do mal maior que seria a morte eterna;
3) a solução para se evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis é simples e pode ser conseguida somente seguindo os preceitos divinos, principalmente a castidade, que também é sinônimo de abstinência. São Paulo apóstolo já dizia que “tudo é permitido, porém nem tudo convém”, ou seja, você pode fazer tudo o que quiser, ainda que seja pecado, mas o pecado não convém, pois nos afasta da graça santificante de Deus.
Além de tudo isto, você também já percebeu que quando a mídia, a televisão, aborda o assunto da camisinha, simplesmente fala que a Igreja não concorda e não expõe o motivo pelo qual a nossa Igreja não concorda? É uma atitude desleal das emissoras que não nos dão sequer direito de resposta ou ao menos explicação dos motivos, o que é constitucionalmente garantido pela Constituição Federal do Brasil. Agem de uma forma, que conduzem todos seus expectadores a julgarem erroneamente a Igreja Católica, formando pré-conceitos falsos dos nossos fundamentos.
Como disse acima, de qualquer forma que se utilize a camisinha, esta sempre vai contemplar uma situação de pecado, seja antes ou depois do casamento e assim, em hipótese alguma a Igreja Católica Apostólica Romana, como depositária da fé e dos ensinamentos cristãos, pode concordar com alguma situação de pecado. Por isso a Igreja é e sempre deve ser contra a utilização de camisinha, assim como nós, que nos dizemos cristãos. Não podemos ser seduzidos pelo “canto da sereia” mas devemos dar total eficácia à nossa fé e a todos os conceitos cristãos que conhecemos para que assim sejamos “sal da terra e luz do mundo”.
FONTE:https://www.canaldagraca.com/artigo_52.htm
VEJA MAIS AQUI:
Camisinha e Método Billings
https://padrepauloricardo.org/episodios/camisinha-e-metodo-billings
E a camisinha, porque somos contra?
https://www.afecatolica.com/news/e-a-camisinha-porque-somos-contra-/
A Igreja e a polêmica da camisinha
https://www.universocatolico.com.br/index.php?/a-igreja-e-a-polemica-da-camisinha.html
Casados podem usar preservativos?
https://cleofas.com.br/igreja-pode-liberar-camisinha-no-casamento-dizem-especialistas/
Provas científicas de que a camisinha falha
https://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/03/16/provas-cientificas-de-que-a-camisinha-falha/