Já no Antigo Testamento o Senhor dizia a seu povo:
”Não cometerás adultério” (Deut 5,18).
E Jesus leva o preceito à perfeição:
”Eu, porém, vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5,27-28).
O Mestre é radical neste ponto. Mas, ao mesmo tempo que é intransigente com o pecado, ama o pecador. À mulher adúltera, a ser apedrejada, Ele diz: “vai e não peques mais.”
O nosso mundo moderno quer, à todo custo, “adaptar” o Evangelho aos seus prazeres. Ao que São Paulo responde:
”Não vos conformeis com este mundo, mas reformai-vos pela renovação do vosso espírito” (Rm 12,1).
Não é verdade que aqueles que profanam o próprio corpo, indefinidamente, acabam numa morte triste?
É interessante como São Paulo insiste nesse ponto.
Também sobre o homossexualismo, hoje tão defendido por muitos, a condenação da Bíblia e da Igreja é expressa.
”Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é uma abominação” (Lev 18,22).
”Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa” (Lev 20,13).
São palavras claras, pelas quais Deus classifica a prática do homossexualismo como uma abominação.
Na carta aos romanos, São Paulo mostra a gravidade desse comportamento desordenado:
”Conhecendo Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças (…). Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações e à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos… As suas mulheres mudaram o uso natural em outro que é contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam de desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida a seu desvario” (Rm 1,21-27).
Deus ama o pecador, mas abomina o pecado.
Quando, em 1994, no Ano da Família, o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, o Papa João Paulo II, tomou posição imediata:
”Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca, e para com quem não é capaz de libertar-se desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral… Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação” (20/02/94).
O Catecismo da Igreja também é claro nos pontos que ofendem a castidade:
Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn19,1-20; 1Tm1,10), a tradição sempre declarou que “os atos de homossexualidade” são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural (nº 2357)..
Também com referência à masturbação, defendida por muitos como “algo normal”, ensina a Igreja:
”Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado” (nº 2352).
Enfim, diz o Catecismo:
”Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade” (idem).
Sabemos que não é fácil a luta contra as misérias da carne, e é preciso ter caridade, respeito e compaixão pelos que sofrem desses males. É preciso lembrar-lhes que só Cristo pode dar força e libertação. Lembra-nos o Apóstolo que:
”Tudo posso naquele que me dá forças” (Fil 4,13).
Importa não desanimar na luta em busca da pureza. Sempre lutar, com a graça de Deus, até que o espírito submeta a matéria. São Pedro nos diz:
”Depois que tiverdes padecido um pouco, Deus vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará” (1Pd 5,10).
Muitas vezes pode nos parecer que a luta contra as paixões da carne sejam sem fim, ou que a vitória seja impossível. De fato, com a nossa fraqueza jamais podemos vencê-las, mas, como disse Santo Agostinho, que experimentou tão bem este combate: ”o que é impossível à natureza, é possível à graça”.
Somente com os auxílios da graça de Deus é que podemos vencer as misérias da nossa carne. Daí a importância de uma continua vigilância sobre nós mesmos, ao mesmo tempo em que vivemos uma profunda e perseverante vida de oração e de participação nos Sacramentos da Reconciliação (Confissão) e Eucaristia. Nestes Sacramentos, Jesus nos lava com o seu próprio sangue redentor, nos alimenta e cura a alma, a fim de que sejamos fortes contra as tentações . Nossa Mãe Maria é a Rainha da pureza e está sempre pronta a nos auxiliar nesta luta árdua. Precisamos recorrer a ela e nos colocarmos continuamente debaixo de sua proteção materna.
A luta contra as impurezas é da maior importância, não só para cada um de nós, mas principalmente porque cada batizado é ”membro de Cristo” (1 Cor12,27).
É preciso estarmos cientes de que, quando nos sujamos, sujamos também o Corpo de Cristo; aí está toda a gravidade da luxúria. Cada um de nós é parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja; logo, o nosso pecado afeta toda a Igreja. Eis porque nos confessamos com um ministro seu, também, para nos reconciliarmos com ela.