O que é e quais são os dons do Espirito Santo?


Aprenda de uma vez por todas o que é e quais são os dons do Espirito Santo. O que a Igreja tem a nos dizer? O que a Bíblia fala? O que a Tradição fala?

Gálatas: 5. 22. Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade. 23. a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica1 são sete os dons do Espírito Santo encontrados em sua plenitude em Cristo, mas também presentes no batizado pela sua participação na vida sobrenatural do Ressuscitado. São eles: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.

Vejamos cada um dos dons do Espírito Santo

Sabedoria: este dom como que nos emudece diante das maravilhas de Deus. Ele faz sentir e saborear com docilidade os mistérios de Deus. Concedendo-nos uma compreensão não humana dos mistérios e da grandeza divina. É considerado o maior de todos os dons, porque eleva o homem a uma experiência sobrenatural de Deus. Diz o Senhor: “Feliz aquele que encontrou a Sabedoria…” (Pv 3, 13).

dom da sabedoria nos dá um conhecimento da verdade revelada por Deus. Abrange todos os conhecimentos do cristão e os põe sob a luz de Deus, mostra a grandeza do plano do Criador e a sua onipotência. Vem da intimidade com o Senhor.

Entendimento: também conhecido como dom de Inteligência, é o dom que nos faz penetrar na Verdade Divina. Concede-nos um conhecimento que não está limitado ao esforço humano, mas ultrapassa, dando-nos a conhecer a Verdade que, simplesmente pela razão humana, não temos conhecimento.

dom do entendimento ou inteligência nos ajuda a penetrar no íntimo das verdades reveladas por Deus e entendê-las. Por ele o cristão contempla os mistérios da fé. É um entendimento diferente daquele que o teólogo obtém pelo estudo; o que é penoso e lento. O dom da inteligência é eficaz mesmo sem estudo; é dado aos pequeninos e ignorantes, desde que tenham grande amor a Deus.


Por esse dom conhecemos os nossos pecados e a nossa miséria. Os santos, quanto mais se aproximaram de Deus, mais tiveram consciência do seu pecado ou da sua distância de Deus.

Conselho: é o dom que nos faz agir com esperteza e nos faz escapar das astúcias dos nossos inimigos, muitas vezes, fazendo-nos escapar dos olhos da prudência simplesmente humana. Concede-nos a maneira certa de proceder diante de algumas situações que poderiam pôr em risco o caminho rumo a salvação.

dom do conselho permite ao cristão tomar as decisões oportunas nas horas difíceis da vida, para que se comporte como verdadeiro filho de Deus. Isso, às vezes, exige coragem. Pelo dom do conselho o Espírito Santo nos inspira a maneira correta de agir no momento oportuno. “Todas as coisas têm o seu tempo, e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua hora […]” (Ecl 3, 1-8); fora desse momento preciso, o que é oportuno pode tornar-se inoportuno; nem sempre é fácil discernir se é oportuno falar ou calar, ficar ou partir, dizer “sim” ou dizer “não”.

Fortaleza: é o dom que nos move a executar o que nos ensina o conselho, tendo como finalidade a maior glória de Deus, apesar dos sacrifícios exigidos para isso. É, frequentemente, encontrado na vida dos mártires, aqueles que, conduzidos por uma força divina, deram a vida por Cristo.

dom da fortaleza nos dá força para a fidelidade à vida cristã, cheia de dificuldades. Jesus disse que “o Reino dos céus sofre violência dos que querem entrar, e violentos se apoderam dele” (Mt 11,12). Pelo dom da Fortaleza o Espírito Santo nos dá a coragem necessária para a luta diária contra nós mesmos, nossas paixões e problemas, com paciência, perseverança, coragem e silencio. Nos dá forças além das naturais. Esta força divina transforma os obstáculos em meios e nos dá a paz mesmo nas horas mais difíceis. Foi o que levou São Francisco de Assis a dizer: “Irmão Leão, a perfeita alegria consiste em padecer por Cristo, que tanto quis padecer por nós”.

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Ciência: este dom está ligado intimamente com a Providência Divina, pois, pelo Dom de Ciência, conseguimos ver a mão de Deus nos acontecimentos mais ordinários do cotidiano. Ensina-nos a olhar os fatos da vida com o olhar de Deus. É característico na vida de alguns pregadores, dos santos doutores e dos diretores espirituais, cuja missão é propagar a fé e conduzir as almas.

O dom da ciência faz que o cristão penetre na realidade deste mundo sob a luz de Deus; vê cada criatura como reflexo da sabedoria do Criador e como caminho a Deus. Leva o homem a compreender o vestígio de Deus que há em cada ser criado. O homem foi feito para Deus e só n’Ele pode descansar, como disse Santo Agostinho. Por este dom o cristão reconhece o sentido do sofrimento e das humilhações no plano de Deus, que liberta e purifica o homem.

Piedade: é o dom que nos faz tratar as coisas de Deus como sagradas, e a Ele mesmo com simplicidade, confiança verdadeira, como um filho deveria tratar o seu Pai. A piedade nos ajuda a entender o nosso lugar de filhos para com Deus e nos faz tratá-Lo como Pai.

dom da piedade nos orienta em todas as relações que temos com Deus e com o próximo. São Paulo se refere a isso: “Recebestes o Espírito de adoção filial, pelo qual bradamos: Abbá ó Pai” (Rm 8,15). O Espírito Santo, mediante o dom da piedade, nos faz, como filhos adotivos de Deus, reconhecer Deus como Pai. E, pelo fato de reconhecermos Deus como Pai, consideramos as criaturas com olhar novo. Este dom nos leva a considerar o fato de que Deus é sumamente santo e sábio: “Nós vos damos graças por vossa grande glória”. É o dom da piedade que leva os santos a desejar, acima de tudo, a honra e a glória de Deus. “Para que em tudo seja Deus glorificado”, diz São Bento. E Santo Inácio de Loiola exclama: “Para a maior glória de Deus”. É também o dom da piedade que desperta no cristão a inabalável confiança em Deus Pai, como, por exemplo, Santa Teresinha. Este dom leva o cristão a ver o outro como irmão e a amá-lo como filho de Deus.

Temor de Deus: não é um dom que nos faz ter medo de Deus, mas, em tudo, nos faz querer agradar-Lhe. Segundo o padre Arintero,“a alma possuída por esse dom quer, a todo custo, destruir, o quanto antes, o ‘corpo de pecado’, vivendo sempre cercada da mortificação de Jesus Cristo, para que também, em sua própria carne mortal, manifeste-se a vida do Salvador”. É característico na vida de todo cristão batizado no início de sua caminhada com Jesus Cristo, onde busca moldar a sua vida de acordo com a Lei de Deus. 

dom do temor de Deus nos leva a amá-Lo tão profundamente que tenhamos receio de ofendê-Lo. Nada tem a ver com o temor do mercenário ou o temor do castigo (do escravo); mas é o temor do amor do filho. É a rejeição que o cristão experimenta diante da possibilidade de ofender a Deus; brota das entranhas do amor. Não há verdadeiro amor sem este tipo de temor. Medo de ofender o Amado. Pelo dom do temor de Deus a vitória é rápida e perfeita, pois é o Espírito que move o cristão a dizer “não” à tentação.

O dom do temor de Deus está ligado à virtude da humildade, que nos faz conhecer nossa miséria, impede a presunção e a vã glória, e assim, nos torna conscientes de que podemos ofender a Deus; daí surge o santo temor de Deus. Ele se liga também à virtude da temperança; combate a concupiscência e os impulsos desordenados do coração, para não ofender e magoar a Deus.

1 CIC nº 1831
2 Livro Evolução Mística, pág. 310.

Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/os-dons-do-espirito-santo/

https://www.arcadaalianca.com.br/espiritualidade/formacao/os-7-dons-do-espirito-santo-explicados-por-papa-francisco

 

 

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