Depois Jesus disse algo marcante: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14,15). “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele” (João 14,21). “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada. Aquele que não me ama não guarda as minhas palavras. A palavra que tendes ouvido não é minha, mas sim do Pai que me enviou” (João 14,23).
Ele ainda repetiu: “Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor” (João 15,10).Ele já tinha dito no Sermão da Montanha que “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
Na mesma noite Ele insistiu para que permaneçamos Nele para podermos ter condições de guardar os Seus mandamentos e fazer Sua vontade: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim” (João 15,5).
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Então, não podemos dar um presente melhor para Jesus do que permanecer com Ele em nossa alma, em estado de graça. Deus habita em nosso coração quanto vivemos neste estado. Ai o Céu está presente em nós, e Deus é glorificado.
E Jesus resumiu para os discípulos a essência dos Seus mandamentos: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando (João 15,12-14). “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (João 15, 17). A caridade, o amor a Deus e ao próximo, que é o “vínculo da perfeição”, “a plenitude da Lei”, resume todos os Seus mandamentos.
Jesus é a referência do amor. Amar não é ter paixão por alguém, é dar a vida pela pessoa amada. São Paulo recomendou aos maridos que “amassem as suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25). Foi até a Cruz por ela. Ele mostrou que amar não é um gesto sentimental e nem romântico, mas é uma decisão de renunciar a si mesmo pelo bem do próximo.
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Jesus disse que se faz presente em cada um dos pequeninos. “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40). Ele se identifica com os doentes e presos que esperam uma visita, com os famintos que esperam o alimento, com os aflitos que esperam uma boa palavra, com os que choram e esperam a consolação. Quando São Paulo perseguia os cristãos, Ele se identificou com eles e disse a Paulo: “Saulo, por que tu Me persegues?”. Ele não perguntou a Paulo por que ele perseguia os cristãos.
Por fim, Jesus encerrou a Santa Ceia com a Sua “Oração sacerdotal” (João 17) em que recomendou ao Pai todos os seus seguidores, e pede ao Pai: “Para que todos sejam um, assim como Tu, Pai, estás em Mim e eu em Ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que Tu me enviaste.” (João 17, 21).
Este é certamente um pedido especial de Jesus a todos nós, que sejamos unidos para podermos dar testemunho ao mundo de que Ele é Deus e Senhor. Esta união de nossa parte pressupõe a unidade com os pastores, sobretudo com o Papa, e a “obediência da fé” à doutrina aprovada pelo Magistério da Igreja. Nada enfraquece mais a Igreja e retarda a implantação do Reino de Deus na terra do que a desunião dos cristãos, os cismas e as heresias.
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Nada agrada mais a Jesus do que “guardar estes Seus mandamentos”. No Sermão da Montanha Ele os desdobrou; não apenas os Dez Mandamentos da Lei de Deus, mas tudo o que o seu discípulo deve viver. São três longos capítulos do Evangelho de São Mateus (5,6 e 7), que os teólogos chamam de “Constituição do Reino de Deus”, Carta Magna dos seus seguidores. Ali Ele explicou a Sua doutrina nova. E terminou dizendo: “Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha” (Mateus 7,24-25). Quando Ele terminou o Sermão, a multidão estava feliz; diz o evangelista São Mateus que: “Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina. Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas (Mt 7,28-29).
O melhor presente a ser dado a Jesus é ouvir a Sua voz de bom Pastor e o seguir como uma ovelha dócil.
Prof. Felipe Aquino