Jesus disse: "Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisso conhecemos que estamos nele." ( 1 João 2, 4 / João 14,21-23)
O pecado mortal, ainda que não o percebamos, consiste numa ofensa tão injuriosa a Deus que nos torna verdadeiramente inimigos dele. Ao pecarmos, privamo-nos da graça, fechamo-nos ao influxo da vida de Cristo em nós e passamos a tratar a Deus como um inimigo.
Não há desgraça maior que nós possamos fazer do que cometer um pecado grave: somos nós mesmos que, rejeitando Aquele que é só amor, atraímos sobre a nossa alma a sua justíssima ira.
Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, dia 11 de abril, peça ao Senhor que nos conceda a contrição de todos os nossos pecados e a graça de perseverarmos em sua amizade até o fim.
Toda obra de salvação de Jesus é para que a inimizade que está dentro de nós seja transformada em amizade com Deus. Enquanto estamos em pecado mortal, longe da graça dele, existe dentro de nós uma profunda inimizade contra Cristo. Podemos até ir à igreja, fazer orações, cultivar devoções e ficar longas horas na frente do sacrário — ou até, descaradamente, querer comungar, mesmo estando em pecado mortal —, mas nada disso exclui o fato de que existe em nós um ódio contra Deus. Tristemente, essa é a realidade de quem está em pecado mortal.
Por isso, é preciso sair dessa situação, crer no amor do Filho que derramou seu Sangue na Cruz por nós e receber a sua Vida divina através do Batismo, ou de uma boa Confissão, e assumir de fato um firme propósito de mudança. Desse modo, é restaurada, dentro de nós, a amizade com Deus.
Assim, se morrermos em estado de graça, quando nossa alma for separada do corpo, veremos que, no fundo, ela ama a Deus, mesmo que neste mundo não notemos isso. No entanto, se morrermos em pecado mortal, nossa alma ficará desnuda e enxergaremos o profundo ódio que temos contra Nosso Senhor, e justamente por isso não receberemos o Céu.
Com essas palavras, conseguimos entender quando Jesus disse, referindo-se aos que não creem no Filho: “a ira de Deus permanece sobre ele” (Jo 3, 36). Então, para compreendermos qual é o caminho de salvação, precisamos primeiro ter fé no amor de Deus, manifestado em Cristo.
Quão pobres são aqueles que não querem aceitar esse amor. Rezemos, pois, pela conversão desses pecadores e também pela nossa perseverança, para que, na hora da morte, estejamos em estado de graça e em amizade com Deus.