O que os casais em segunda união precisam fazer para poderem comungar?


Casais de segunda união podem comungar? Essa é uma pergunta que está cada vez mais se tornando frequente. Quem casou na Igreja e se separou e está com outra pessoa, está em pecado mortal do adultério? O que posso fazer para voltar a comungar o corpo e sangue de Cristo?

A Igreja acolhe e deseja ajudar todos os casais em segunda união que pretendem voltar a comunhão plena com ela. Mas quem se divorcia e contrai uma nova união, sendo a primeira legítima (matrimônio celebrado validamente na presença de um sacerdote católico legítimo), comete grave pecado de adultério e por isso não pode receber a santa eucaristia.
 
Um casal em segunda união tem três opções para resolver seu problema:
 
1. Dar entrada em um processo de NULIDADE MATRIMONIAL. Se o tribunal eclesiástico de sua diocese encontrar alguma irregularidade em seu casamento anterior, ele pode ser considerado nulo ("NÃO É ANULAÇÃO E SIM NULIDADE", pois não se pode anular um casamento válido e não existe divórcio de católicos), ou seja, a Igreja reconhece que o casamento anterior nunca existiu de verdade e os cônjuges ficam livres para contrair novas núpcias.
 
2. Separar-se do (a) atual companheiro (a), confessar-se e permanecer vivendo a castidade.
 
3. Muitas vezes a separação do casal pode causar inúmeros problemas, inclusive se já houverem filhos desta união que precisam dos pais juntos. Nesse caso, o casal pode permanecer debaixo do mesmo teto, contanto que busquem confessar-se, comprometendo-se a viver a continência sexual, ou seja, viver sem relação sexual. Sua comunhão eucarística neste caso deve ocorrer de forma privada para evitar escândalo dos fiéis.
 
 
Algumas pessoas afirmam que o casal pode comungar "espiritualmente", mas a comunhão espiritual só tem sentido quando nos arrependemos de ter ofendido a Deus, nos comprometemos a abandonar o pecado mortal(10 mandamentos da lei de Deus)  e a buscar o sacramento da confissão o mais breve possível (contrição perfeita). Sem essas condições satisfeitas, não dá para falar de "comunhão espiritual".
 
O Papa São João Paulo II em sua exortação apostólica "Familiaris consortio" pediu que os casais em segunda união sejam acolhidos com todo o amor em nossas comunidades e que os ajudemos a encontrar a melhor forma de resolverem esta difícil situação, cuja culpa muitas vezes não é deles e ocorrida antes de suas verdadeiras conversões:
 
"Juntamente com o Sínodo exorto vivamente os pastores e a inteira comunidade dos fiéis a ajudar os divorciados, promovendo com caridade solícita que eles não se considerem separados da Igreja, podendo, e melhor devendo, enquanto batizados, participar na sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança”. (Familiaris consortio seção IV)
 
Pastorais dedicadas a este trabalho devem surgir em nossas paróquias e os sacerdotes devem sair do comodismo de fazer vista grossa a estes casos e ajudar aqueles que desejam voltar a comunhão plena com a Igreja de Cristo por meio dos sacramentos.
 

Mesmo sendo um problema crônico, que atinge boa parte dos fiéis, há muitos padres que evitam tocar no assunto para evitar as consequentes discussões, protestos e reclamações de fiéis, mas tanto a Doutrina da Igreja quanto o próprio Jesus nos Evangelhos são claros quanto a indissolubilidade do Matrimônio.

 

 

Alguém que já recebeu validamente o Sacramento do Matrimônio, se separou, e hoje vive em um segundo relacionamento, estão cometendo o grave pecado do Adultério, portanto não pode ser admitido à comunhão. Aqueles que comungam em estado de pecado mortal cometem um pecado mais grave ainda: o Sacrilégio!

Acerca disso a exortação apostólica de João Paulo II é claríssima: “A Igreja (…) reafirma sua práxis, fundamentada na sagrada escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união” (n. 84d). O código canônico também determina essa proibição (cânon 915).

No Catecismo da Igreja Católica, temos a claríssima definição que segue:

“O vínculo matrimonial é, portanto, estabelecido pelo próprio Deus, de maneira que o matrimônio ratificado e consumado entre batizados não pode jamais ser dissolvido. Este vínculo, resultante do ato humano livre dos esposos e da consumação do matrimônio, é, a partir de então, uma realidade irrevogável e dá origem a uma aliança garantida pela fidelidade de Deus. A Igreja não tem poder para se pronunciar contra esta disposição da sabedoria divina”. (1640).

Com todas essas afirmações contundentes, a resposta é que não há maneiras para separar aquilo que Deus uniu!

“Mas, padre, meu marido me traiu e vive bebendo pinga no bar com os amigos. Devo continuar com ele?” Esse é um exemplo de caso específico. A resposta que virá da Igreja é sempre a de que o restabelecimento da união e do respeito dentro de casa deve partir sempre do diálogo entre os cônjuges, que deverão tentar sempre salvar o sacramento do matrimônio pelo qual optaram. Novamente repetindo, não há possibilidades de separação. Há maneiras de declarar o casamento nulo (dizer que ele nunca existiu) ou de a Igreja conceder uma dispensa do matrimônio (para salvaguardar o direito daquele que sempre lutou para que o matrimônio desse certo, ainda que o outro nunca tenha se esforçado para isso), mas esses são assuntos para outro momento!

O próprio Jesus Cristo rebate as afirmações dos fariseus quando é questionado se o divórcio é licito. Os fariseus usam o Livro do Deuteronômio para dizerem a Jesus que Moisés era a favor de que os homens pudessem dar certidão de divórcio para as suas mulheres que lhes desagradassem. (Cf. Dt 24, 1). Mas Jesus é enérgico nesse ponto. Ele afirma que foi por causa da dureza do coração daqueles antepassados machistas, que despediam as esposas por motivos ridículos.

 

 

Moisés, ou o autor do Deuteronômio, queria garantir o direito de as mulheres poderem voltar para a casa com algum subsídio para viver com dignidade. Por isso, autorizou a certidão de divórcio. Jesus não tolera a ideia de que o marido possa largar sua esposa por motivos torpes. Por isso, afirma que quem opta pelo divórcio comete pecado, e essa é uma ameaça mais forte para os homens, pois eram eles que decidiam tudo na sociedade em que Jesus vivia; no entanto, a mensagem também foi dirigida às mulheres. “Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra comete adultério contra a primeira. Também comete adultério a mulher que se divorciar de seu marido e se casar com outro”. (Mc 10, 11-12).

Tudo isso posto, deixa-nos mais conscientes da impossibilidade de separação dos que assumiram o compromisso do matrimônio. Por outro lado, existem milhares de casos de pessoas que se separaram e vivem sozinhas hoje; e um número cada vez maior de pessoas que abandonaram o casamento e contraíram novas núpcias. Como lidar com esses casos? Bem, as pessoas que estão separadas, mas não vivem em segunda união, devem tentar a reconciliação sempre. Por outro lado, elas continuam casadas, pois os dois permanecem vivos. Se a lei é até que a morte os separe, e eles estão vivos, continuam casados.

No caso daqueles que contraíram novas núpcias, continuam vinculados ao primeiro e único matrimônio e vivem com outra pessoa, impossibilitando, assim, de viver plenamente os sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, enquanto perdurar tal situação. Mas sabemos que, na vida real, muita gente já optou pela segunda união e vive muito bem. Não podemos fechar os olhos para essa realidade que existe. A Igreja dá passos largos para tentar acolher essas novas famílias.

O Catecismo diz explicitamente sobre eles: Com respeito a cristãos que vivem nesta situação e que, muitas vezes, conservam a fé e desejam educar cristãmente os seus filhos, os sacerdotes e toda a comunidade devem dar provas duma solicitude atenta, para que eles não se sintam separados da Igreja, em cuja vida podem e devem participar como batizados. Serão convidados a ouvir a Palavra de Deus, a assistir ao sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a prestar o seu contributo às obras de caridade e às iniciativas da comunidade em prol da justiça, a educar os seus filhos na fé cristã, a cultivar o espírito de penitência e a cumprir os atos respectivos, a fim de implorarem, dia após dia, a graça de Deus. (1651). Em resumo, as pessoas em segunda união não são excluídas da Igreja, e devem tentar viver plenamente conforme o Coração de Misericordioso de Jesus Cristo.

 

 

É óbvio que a Igreja não incentiva a segunda união, pois ela continua afirmando a indissolubilidade do casamento. Por outro lado, a Esposa de Jesus jamais abandonará um filho seu que venha lhe pedir colo. Assim sendo, as pessoas que estão vivendo a segunda união não devem ser recebidas com pedras por membros intolerantes de nossas comunidades ou por clérigos estúpidos e sem misericórdia!

Respondendo, então, a pergunta aqui colocada: pela lei, os que vivem a segunda união não podem se aproximar dos sacramentos da Reconciliação e da Santíssima Eucaristia, a não ser que resolvam essa situação. “O novo casamento dos divorciados, em vida do cônjuge legítimo, é contrário ao desígnio e à Lei de Deus ensinados por Cristo. Eles não ficam separados da Igreja, mas não têm acesso à comunhão eucarística. Viverão a sua vida cristã sobretudo educando os filhos na fé”. (Catecismo da Igreja Católica, 1665).

É certo que essa lei pode ser questionada: “mas duas pessoas que estão em segundas núpcias vivem a paz e o respeito dentro de casa, e não podem comungar; enquanto duas pessoas legitimamente casadas na Igreja vivem um inferno dentro do lar, mas podem comungar. Que Igreja injusta!” Realmente, o questionamento é válido. Mas isso somente demonstra que deve haver mais coerência daqueles que assumem compromissos com a Igreja e com Deus, mediante os sacramentos!

Mensagem aos que vivem em estado de pecado mortal: Ainda há Esperança!

(Tipos de pecados permanentes mais comuns: Casais de Segunda União, Amasiados, Homossexualidade, Vícios, etc)

 

Esse ensinamento sobre o divórcio e as novas uniões não compete à Igreja mudar. Vem do próprio Deus. A Igreja levou tão a sério essa doutrina que chegou a perder toda a Igreja na Inglaterra nos anos 1530, por causa da sua fé na indissolubilidade do matrimônio”. O padre Stravinskas também explica por que é gravemente errado para católicos divorciados em segunda união se apresentarem para receber a Sagrada Comunhão. “É o pecado do sacrilégio. Aproximar-se indignamente do mais santo dos Sacramentos. São Paulo é muito claro sobre isso em sua Epístola aos Coríntios. Ele diz que uma pessoa deve examinar a si mesmo antes e, se não estiver preparada, não deve receber o corpo e sangue do Senhor. Se ele o faz – e aqui está a pena – ele come e bebe a própria condenação”, afirma.

Na Familiaris consortio, o Papa João Paulo II escreve: “A Igreja, no entanto, com base nas Escrituras reafirma a sua prática de não admitir à comunhão eucarística para os divorciados que se casam novamente. São eles os que não podem ser admitidos, uma vez que o seu estado e situação de vida contradizem objetivamente a união de amor entre Cristo e a Igreja, que é significada e realizada na Eucaristia”.

Nossa fé nos ensina que Deus dá a todos a graça para evitar o pecado. No testemunho desta família reconhecemos nitidamente os frutos da obediência e a resposta para questão sem por e nem tirar uma vírgula sequer!

 
Fiquem na paz de Jesus e no amor de Maria!

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