Quais as Provas históricas da Ressurreição de Jesus?


A fé na ressurreição de Cristo se alimenta em fatos históricos irretorquíveis. A experiência direta dos Apóstolos foi bem registrada por São João: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1 Jo 1,1-2). Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos Apóstolos no cenáculo, estando ausente Tomé (Jo 20,19-23); novamente aos seus epígonos, presente Tomé (Jo 20,24-29); perto do Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galiléia (Mt 28,16-20); a mais de 500 pessoas (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7).

25 anos depois deste fato maravilhoso Paulo de Tarso assim se referiu ao magno evento: “Porque antes de tudo, ensinei-vos o que eu mesmo tinha aprendido que Cristo morreu pelos nossos pecados […] e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8). Não foi uma ilusão, uma alucinação, uma miragem, um delírio, pois se tratava de pessoas muito realistas que, inclusive, duvidaram do fato. A custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39).

Jesus simplesmente não acordou de uma morte aparente, pois não lhe quebraram as pernas, como faziam com os crucificados, porque já estava morto, mas recebeu, não obstante, mortífera lançada no peito. Não foi um mito que se formou, dado que não houve tempo para isto. Não se tratou, de fato, de visões psicógenas, nem de deduções formadas pelo grupo apostólico numa formação espúria de um consenso artificial. Tudo isto serve para alicerçar a fé. Na Suma Teológica Santo Tomás lembra que Jesus é Deus porque ressuscitou por virtude própria, sendo isto um atributo de sua divindade. Retomou Ele seu corpo verdadeiro, não algo aéreo, vaporoso, fantástico, imaginário, pois, inclusive, trazia as cicatrizes da sua paixão. O que muitas vezes se esquece é que a ressurreição real de Jesus causa eficiente instrumental da ressurreição que Ele prometeu a seus seguidores, sendo, concomitantemente, causa exemplar, ou seja, modelo perfeito do que vai acontecer quando os mortos retornarem à vida. Além disto, a ressurreição do Redentor assinalou o fim de suas tribulações e sofrimentos.

Cristo devia vencer a morte, a corrosão do tempo, apontando aos que O seguem um porvir luminoso. Adite-se que o cristão se alimenta na Eucaristia com o manjar da eternidade venturosa, uma vez que assim falou o Mestre divino: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54). A crença na ressurreição é um dos pontos chaves de toda a teologia e ultrapassa no cerne de seu mistério o próprio acontecimento histórico. De fato, o novo impulso, tão forte, evidente, concentrador, depois da catástrofe da sexta-feira santa, patenteia uma nova realidade para os primeiros discípulos daquele que morrera tão ignominiosamente.

A presença de Jesus após sua morte era a manifestação salvífica definitiva de Deus, inaugurando uma nova rota na História humana. A revelação pascal tinha conteúdo bem determinado com implicações maravilhosas. O Ressuscitado que se fez encontrar, criou a fé dos discípulos e não estes que criaram a fé no Ressuscitado. A experiência pascal das testemunhas originais é incomensurável e de valor extraordinário, exatamente porque tinham conhecido Jesus e o puderam perfeitamente identificá-lo. Há, além do mais, uma lógica em tudo: Cristo nasceu, cresceu, pregou, fez milagres, foi morto, sepultado e, final glorioso, ressuscitou. São fatos que não se podem isolar. O Deus que ressuscita Jesus identificou-se com o Deus afirmado por Jesus até à morte e assim se definiu definitivamente como a realidade que pode salvar mortos e pecadores.

Assim sendo, a ressuscitação de Jesus é a irrupção definitiva do voltar-se salvífico de Deus para o mundo; ela torna definitiva a virada da História iniciada pelo agir de Jesus e abre o verdadeiro “tempo novo” da vida da Igreja a partir das graças redentoras por ela distribuídas. *Professor no Seminário de Mariana – MG

O evento histórico e transcendente

639 – O mistério da Ressurreição de Cristo é um acontecimento real que teve manifestações historicamente constatadas, como atesta o Novo Testamento. Já S. Paulo escrevia aos Coríntios pelo ano de 56: “Eu vos transmiti… o que eu mesmo recebi:

Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze” (1Cor 15,3-4). O apóstolo fala aqui da viva tradição da Ressurreição, que ficou conhecendo após sua conversão às portas de Damasco.

A ressurreição corporal de Jesus era professada tranquilamente pela Igreja nascente, sem que os judeus ou outros adversários a pudessem apontar como termo de fraude ou de alucinação. De resto, o sepulcro vazio de Jesus era um testemunho que corroborava a notícia. Nunca esta teria passado adiante se o sepulcro de Jesus não estivesse vazio. De resto, os Apóstolos só podiam apregoar a ressurreição de Jesus vencidos pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a supô-la ou admiti-la; antes, haviam perdido todo ânimo quando viram o Mestre preso e condenado, a noção mesma de um Messias crucificado só podia parecer escandalosa e blasfema.

Quem nega a ressurreição corporal de Jesus, deve logicamente admitir que vinte séculos de Cristianismo (sempre apregoado com a mensagem da ressurreição) estão baseados sobre mentira ou doença mental. Ora esta hipótese é mais exigente ou supõe um maior milagre de que a tese mesma da ressurreição de Jesus devida à Onipotência Divina. É mais razoável crer na ressurreição de Jesus do que explicar a pujança do Cristianismo por um sonho de gente desonesta ou alucinada.

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As provas da Ressurreição de Jesus

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As implicações teológicas da ressurreição de Jesus são principalmente as três seguintes:

1) Corroborar e autenticar a pregação de Jesus, pois só Deus pode ressuscitar um morto; se ressuscitou Jesus, quis assim pôr sua chancela sobre a missão de Cristo;

2) É penhor da nossa própria ressurreição, pois há continuidade entre a sorte de Cristo e a nossa própria sorte.

3) Foi condição para que o Espírito Santo fosse enviado aos homens como rematador da obra de Cristo; é o Espírito Santo quem congrega todos os povos no Corpo de Cristo que é a Igreja, a fim de que recebam de Cristo Sacerdote as graças necessárias para chegarem à vida eterna.

A ressurreição de Jesus constitui artigo fundamental da fé cristã, a ponto que São Paulo pode dizer: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação; vazia também é a vossa fé… Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé; ainda estais nos vossos pecados” (1Cor 15, 14.17). Na verdade, talvez queira alguém pensar que a mensagem do Cristianismo é tão rica e bela que ela pode dispensar a proposição de ressurreição de Jesus; esta não teria falta… Verifica-se, porém, que nos escritos do Novo Testamento e nos da imediata Tradição cristã é tal a ênfase na ressurreição de Jesus que ela deve ocupar lugar primordial e indispensável no conjunto das verdades da fé. – Em conseqüência, procuraremos, nas páginas seguintes, examinar as credenciais ou a credibilidade dessa proposição; após o que examinaremos o seu sentido teológico.¹

1. A ressurreição de Jesus: credibilidade

A credibilidade da ressurreição de Jesus baseia-se sobre duas principais pilastras: 1) o testemunho dos Apóstolos e da Igreja nascente; 2) o sepulcro vazio.

1.1. O testemunho dos Apóstolos

1.1.1. Observações preliminares

1) Antes de percorrer os depoimentos dos Apóstolos, deve-se notar que eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para “sonhar alucinadamente” com tal evento. Ainda impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, capitularam quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não ser presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); Pedro renegou o Senhor (cf. Mt 26, 33-35). O caso de Tomé é o mais significativo: resistiu ao testemunho dos demais Apóstolos e pediu provas palpáveis da ressurreição (cf. Jo 20, 24-29). Somente após a evidência do fato, rendeu-se à verdade.

2) O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus. Estes tendiam a distanciar cada vez mais dos homens o Senhor Deus; nem sequer pronunciavam o nome Javé por receio de o profanarem (circunscreviam-no mediante as locuções o Eterno, o Céu, a Glória, o Nome, Ele…; cf. Mc 3, 18.50.60; 4, 10.24…). Por conseguinte, não emergiria espontaneamente do espírito dos Apóstolos a noção de um Deus feito homem, morto na Cruz e ressuscitado: tal ideia era escandalosa para Israel (como era loucura para os gregos), conforme nota São Paulo em 1Cor 1,23. Só após séria relutância os Apóstolos reconheceram o fato da ressurreição de Jesus; cf. Mt 28, 17; Mc 16, 11.13s; Lc 24, 11.25.37-41.45.

3) É de notar outrossim que a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira seria imediatamente denunciada; os membros do Sinédrio foram ciosos de encontrar algum título de acusação contra os Apóstolos, mas não o encontrara, a ponto que Gamaliel recomendou aos correligionários: “deixai de ocupar-vos com estes homens. Soltai-os, pois, se o seu intento ou a sua obra provém dos homens, destruir-se-á por si mesma; se vem de Deus, porém, não podereis destruí-los. E não aconteça que vos encontreis movendo guerra a Deus” (At 5, 38s). Por conseguinte, se a ressurreição de Jesus, apregoada pelos Apóstolos não correspondesse a um fato real ou se pudesse ser apontada como mentira fraudulenta, os judeus não teriam perdido de o fazer. Se não o fizeram, isto se deve à impossibilidade de demonstrar a falsidade de tal notícia.

1.1.2. Os textos do Novo Testamento

1) Um dos textos mais expressivos é o de 1Cor 15, 1-8:

“¹Faço-vos conhecer, irmãos, o Evangelho que vos peguei, o mesmo que vós recebestes e no qual permaneceis firmes.

²Por ele também sereis salvos, se o conservardes tal como vô-lo preguei… a menos que não tenha fundamento a vossa fé.

³Transmiti-vos, antes de tudo, aquilo que eu mesmo recebi, a saber, que Cristo morreu por nossos pecados, conforme as Escrituras,

⁴e que foi sepultado e que ressuscitou ao terceiro dia conforme as Escrituras

⁵e que apareceu a Cefas, depois aos doze.

⁶Posteriormente apareceu de uma vez a mais de quinhentos irmãos, dos quais a maior parte vive até hoje, alguns, porém, já morreram.

⁷Depois apareceu a Tiago e, em seguida, a todos os Apóstolos.

⁸Por fim, depois de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo”.

Estes dizeres são de época muito antiga ou do sexto decênio do século I (56/57); pouco mais de vinte anos apenas os separam da Ascensão de Jesus. Referem-se à pregação que São Paulo realizou em Corinto entre os anos de 50 e 52; nessa época, o Apóstolo entregou aos fiéis os ensinamentos que lhe haviam sido anteriormente entregues. – Aliás, também em 1Cor 11, 23 afirma o Apóstolo ter transmitido aos coríntios o que lhe fora transmitido, a saber: a mensagem referente à Ceia do Senhor.

E quando recebeu Paulo tais ensinamentos?

Ou por ocasião da sua conversão, que se deu aproximadamente no ano de 35, ou no ensejo de sua visita a Jerusalém, que teve lugar em 38, ou, ao mais tardar, por volta do ano de 40.

Observe-se agora o estilo do texto de 1Cor 15, 3-8: as frases são curtas, incisivas, dispostas segundo um paralelismo que lhes comunica um ritmo notável. Abstração feita dos vv. 6 e 8, dir-se-ia que se trata de fórmulas estereotípicas, forjadas pelo ensinamento oral e destinadas a ser freqüentemente repetidas. Nesses versículos encontram-se várias expressões que não ocorrem em outras cartas de São Paulo: assim “conforme as Escrituras”, “no terceiro dia”, “aos doze”, “apareceu, óphthe” (expressão que só ocorre sob a pena de São Paulo num hino citado pelo Apóstolo em 1Tm 3, 16).

Em particular, o verbo óphthe ocorre quatro vezes nos vv. 5-8. Significa “apareceu, deu-se a ver, mostrou-se”. É o vocábulo técnico para designar as aparições de Jesus ressuscitado; cf. Lc 24, 34; At 9, 17; 13, 31; 26, 1. Tal verbo afasta a hipótese de que os Apóstolos tenham tido alucinações meramente subjetivas ou imaginosas; “deu-se a ver” supõe a realidade corpórea de Jesus, que os Apóstolos puderam apalpar; cf. Lc 24, 37-41. Tem seu sinônimo em At 10, 40s: “Deus O ressuscitou ao terceiro dia e concedeu-lhe que se tornasse manifesto… a nós, que comemos e bebemos com Ele após a sua ressurreição”.

Estas indicações evidenciam que São Paulo em 1Cor 15, 3-8 reproduz uma fórmula de fé que ele mesmo recebeu já definitivamente redigida poucos anos (dois, cinco, oito anos?) após a Ascensão do Senhor Jesus. O v.6, quebrando o ritmo do conjunto, talvez tenha sido introduzido posteriormente; quanto ao v. 8, é por certo uma notícia pessoal que São Paulo acrescenta ao bloco.

Vê-se, pois, que desde os primeiros anos da pregação do Evangelho já existia entre os fiéis uma profissão de fé na ressurreição de Cristo formulada em frases breves e pregnantes; tais frases eram transmitidas como expressões exatas da mensagem dos Apóstolos.

Ora essa fórmula de fé antiquíssima professa a ressurreição corpórea de Cristo como realidade histórica. Para a comprovar, havia testemunhas oculares, das quais, diz São Paulo, muitas ainda viviam vinte e poucos anos após a ressurreição do Senhor.

Tal depoimento de primeira hora, concebido e transmitido pelos discípulos imediatos do Senhor, já seria argumento suficiente para remover qualquer teoria tendente a desvirtuar a fé na ressurreição corporal de Cristo. Esta fé não surgiu tardiamente na história das primeiras comunidades cristãs mas é o eco da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos.

2) A 1.ª carta de São Paulo aos Coríntios quer incutir aos fiéis a noção de ressurreição de todos os mortos. Esta perspectiva horrorizava os gregos, pois lhes parecia equivaler à volta ao cárcere ou ao sepulcro do corpo. Na sua argumentação o Apóstolo parte do fato da ressurreição de Cristo, verdade tranquilamente aceita por todos; o que eles punham em dúvida, era sua própria ressurreição:

“Se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé” (1Cor 15, 12-14).

Vê-se, pois, que a igreja antiga estava convicta da ressurreição de Cristo. Nem todos, porém, queriam aceitar semelhante sorte para si, por motivos filosóficos.

3) Vem ao caso ainda o texto de Lc 24, 36-43:

“Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles”.

Aos Apóstolos amedrontados, que julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos: “Vede minhas mãos e meus pés, vede que sou eu mesmo” (Lc 24, 39). Além disto, comeu na presença deles para lhes incutir o realismo de sua corporeidade ressuscitada (vv. 42s).

4) Também é importante o texto de Jo 20, 19s: na noite de Páscoa, Jesus aparece aos discípulos e dá-lhes a tocar suas mãos e seu lado, certamente porque aí estavam as chagas que o identificavam como o Senhor morto e ressuscitado. A São Tomé, incrédulo, disse Jesus com mais ênfase ainda: “Põe teu dedo aqui, e vê minhas mãos. Estende tua mão e põe-na no meu lado, e não sejas incrédulo, mas crê”. Respondeu-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 27s). – A pouca fé do Apóstolo foi assim vencida pela evidencia dos fatos.

Examinemos agora os testemunhos relativos a:

1.2. O sepulcro vazio

O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio; cf. Mc 16, 1-8.

Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado deste fato, e resolveram dissipá-la:

“Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15).

Ao comentar este episódio, S. Agostinho saliente a sua índole ridícula: os guardas não podiam ser testemunhas de algo ocorrido durante o sono dos mesmos. Quem dormiu, não foram os guardas, mas foram os chefes dos judeus, que deram tais ordens aos guardas!

O sepulcro vazio, na verdade, era condição indispensável para que os Apóstolos pudessem anunciar a ressurreição de Jesus pouco tempo depois da sua morte (cf. At 2, 24-32). A pregação da ressurreição de Jesus, por parte dos Apóstolos, teria sido totalmente desacreditada se em Jerusalém se pudesse mostrar um sepulcro a conter o cadáver de Jesus em decomposição. Os arautos da ressurreição teriam sido escarnecidos se o sepulcro vazio de Jesus não falasse em favor deles.

O sepulcro vazio significa que o cadáver de Jesus foi assumido pela alma humana de Jesus, de modo a reconstituir a sua natureza íntegra, à qual estava unida a Divindade da segunda Pessoa da SS. Trindade.

A esta altura quatro dúvidas merecem consideração.

1.3. Quatro questões

1.3.1. O Docetismo

Já no século primeiro do Cristianismo alguns pensadores, repudiando a matéria como algo de mau em si, afirmavam que Jesus não ressuscitara corporalmente. Tais eram os Docetas e os Gnósticos; o dualismo “matéria x espírito” não lhes permitia admitir que a Divindade tivesse glorificado a matéria, ressuscitando-a após a morte; por conseguinte, diziam que Jesus ressuscitado tinha apenas uma aparência, mas não a realidade, de um corpo material; o cadáver de Jesus, no caso, teria sofrido a decomposição do sepulcro.

A esta objeção respondemos:

1) Seja recordada a ênfase com que os evangelistas incutem a presença das chagas e das notas típicas do corpo de Jesus após a ressurreição;

2) O corpo não é um acidente estranho ao ser humano; muito menos é cárcere ou sepulcro da alma; esta não é um anjo punido na carne, mas foi criada para se aperfeiçoar na carne humana. Isto quer dizer que o corpo é corresponsável pela sorte (mísera ou gloriosa) da pessoa; com seus afetos e paixões ele integra a personalidade. Por isto também é conveniente que ele participe do estado póstumo, re-unido à alma humana pela ressurreição. Foi por isto que o Filho de Deus quis assumir a natureza corpórea do homem; viveu as sucessivas etapas da vida humana – o nascer, o crescer, o trabalhar, o lutar, o sofrer e o morrer – e ressuscitou, restaurando a carne humana, que servira de instrumento ao pecado. Em conseqüência, todo homem sabe que é chamado à consumação da vida em sua condição psicossomática. Para afirmar estas verdades frente aos Gnósticos do século III, o escritor cristão Tertuliano (+ 220 aproximadamente) escrevia: “Caro cardo salutis. – A carne é o gonzo da salvação”, isto é, mediante a carne de Cristo morta e ressuscitada veio a salvação ao mundo.

1.3.2. A desmitização contemporânea

A escola de Rudolf Bultmann julga que todo episódio transcendental só pode ser ficção ou mito. Por isto nega a ressurreição corpórea de Jesus. Afirma, sim, que o que ressuscitou foi a Palavra de Deus; esta foi ameaçada de sufocação pelos judeus perseguidores, mas superou as adversidades e propagou-se vitoriosamente pelas regiões do Império Romano. A mensagem de Jesus assim ressuscitou, e não o mensageiro.

Respondemos: a teoria da desmitização ressente-se de um preconceito racionalista, tão dogmático quanto o Credo que ela combate: de antemão nega qualquer possibilidade de milagre; por conseguinte, tem que procurar uma explicação natural para o anúncio da ressurreição de Jesus, sem levar em conta os textos do Novo Testamento, que são assim violentados. Ora as proposições gratuitamente preconcebidas não fazem parte do âmbito da ciência. Esta é objetiva; examina os dados de cada questão, sem predefinir a respectiva solução.

Ademais seja aqui recordado tudo quanto anteriormente foi dito em resposta à objeção doceta-gnóstica.

Ainda é de se ponderar o seguinte: se a ressurreição de Cristo não fosse real, o Cristianismo estaria baseado sobre enorme mentira ou alucinação, pois os pregadores do Evangelho nunca anunciaram a Boa-Nova sem incluir necessariamente a notícia da ressurreição corporal do Senhor. Algo de falso ou de mórbido seria o pedestal de vinte séculos de Cristianismo. Ora tal hipótese supõe um portento ou um milagre de primeira grandeza; as mentiras ou falsidades não resistem ao tempo e, cedo ou tarde, são desvendadas (tal foi o caso da lenda dos LXX, da “Doação de Constantino”, das “Decretais do Pseudo-Isidoro”, das obras do Pseudo-Dionísio Areopagita…). Ora até hoje não se pôde derrubar a crença na ressurreição de Cristo como se fosse lendária ou mítica. As teorias que tencionam fazê-lo (alegando fraude dos Apóstolos ou sepultamento de Cristo ainda vivo) se comprovam como ridículas e destituídas de peso científico.

É, por conseguinte, mais razoável crer no milagre da ressurreição de Cristo por obra da Onipotência Divina do que crer que, segundo o “,milagre” do racionalismo moderno, a mentira e a doença mental tenham dado o fruto de vinte séculos de Cristianismo,… séculos que foram certamente beneméritos não só para a religião, mas também para a cultura e o progresso da humanidade. O edifício do Cristianismo logicamente requer um pedestal mais sólido do que a desonestidade e a debilidade mental.

1.3.3. A ressurreição: fato histórico?

Há quem negue em nossos dias a historicidade – não, porém, a realidade – da ressurreição de Jesus. Como efeito; dizem que não pode ser tido como histórico o acontecimento que não caia sob o controle do método da pesquisa histórica, ou seja, o acontecimento que tenha aspectos transcendentais. Ora Cristo ressuscitado já não morre; não retornou à vida mortal (como Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naím voltaram; cf. Jo 11, 1-44; Mc 5, 21-43; Lc 7, 11-17); não mais esteve sujeito à doença e à morte; adquiriu um corpo glorioso, pertencente a outra ordem de coisas. Além disto, dizem, a ressurreição de Jesus não foi observada por nenhuma testemunha; quando as mulheres chegaram ao sepulcro, já o encontraram vazio.

Em resposta, notamos que a questão se reduz ao uso do vocábulo “histórico”, sem que os objetantes tencionem negar a realidade da ressurreição de Jesus. É, portanto, relativamente secundária. Todavia gera equívocos, pois pode parecer negar a própria ressurreição do Senhor. Por isto não é recomendável dizer que esta não foi um fato histórico. O teólogo protestante W. Pannenberg muito sabiamente propõe outra noção de “histórico”: é histórico todo evento que possa caber em coordenadas de espaço e tempo, ou seja, todo evento que tenha acontecido em determinado momento e em determinado ligar; ora a ressurreição de Jesus pode ser datada (9 de abril do ano 30, com muita probabilidade), como também pode ser situada na Palestina, em Jerusalém, ficando o sepulcro vazio como indicação topográfica. – Daí poder-se dizer que a ressurreição de Jesus não foi somente um fato real, mas também foi um fato histórico, segundo Pannenberg e teólogos de autoridade.

1.3.4. “Jesus não chegou a morrer na Cruz, mas apenas perdeu os sentidos”

Este assunto já foi abordado em PR 321/1989, pp. 85-89. A hipótese aventada não só é totalmente gratuita, mas ainda é francamente contraditada pelo golpe de lança que foi infligido a Jesus e que bastaria para matá-lo, pois atingiu o coração. – Tal hipótese, portanto, gratuita como é, carece de valor científico.

2. O sentido teológico da ressurreição

Distinguiremos três aspectos teológicos da ressurreição de Cristo.

2.1. Sinete de autenticação

Jesus, como homem, morreu após haver pregado o Evangelho, que desagradou aos judeus. O Pai o quis ressuscitar testemunhando, por este sinal de sua onipotência, a autenticidade da pregação de Jesus. Não sem razão as fórmulas de fé mais antigas apresentam o Pai como autor da ressurreição de Jesus: “Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes.¹ A propósito escreve João Paulo II na encíclica Dives in Misericordia: “A cruz não é a última palavra do Deus da aliança: essa palavra será pronunciada na alvorada quando as mulheres, em primeiro lugar, e os discípulos, depois, indo ao sepulcro do Crucificado, verão o túmulo vazio e proclamarão pela primeira vez: “Ressuscitou!” (n.º 7).

Com efeito; nenhum homem pode ressuscitar um morto. Por conseguinte, se Jesus, como homem, ressuscitou, isto é obra de Deus, que assim quis dar um sinal comprovante da messianidade do Ressuscitado.

Ressuscitando Jesus, o Pai houve por bem fazê-lo Kýrios ou Senhor de todos os homens e da sua história, como atestam alguns textos bíblicos:

At 2,36: Diz São Pedro no dia de Pentecostes: “Saiba com certeza toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes”.

Rm 14,9: “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos”.

Fl 2,9-11: “Deus sobreexaltou Jesus grandemente e O agraciou com o Nome que está acima de todo nome, para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho… e, para a glória de Deus Pai, toda língua confesse: Jesus é o Senhor”.

Rm 10,9: “Se confessares com tua boca que Jesus é Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.

Note-se que Kýrios era, na linguagem oficial dos romanos, o designativo do Imperador. Cf. At 25: diz Festo, procurador romano: “Nada tenho de concreto sobre Paulo, para escrever ao Kýrios (= Imperador)”.

À luz destas observações, entende-se que o Apocalipse apresente Jesus como o Senhor dos tempos: é o Cordeiro que em suas mãos traz o livro da história; este vai-se abrindo aos poucos e os acontecimentos vão-se desenrolando na terra; nada, porém, do que acontece neste mundo, está fora do âmbito desse livro ou escapa ao senhorio de Jesus Cristo; cf. Ap 5, 1-14. Aliás, o próprio Jesus declara em Ap 1, 17s:

“Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos”.

2.2. Processo que se prolonga em todos os homens

Segundo os escritos do Novo Testamento, a ressurreição de Jesus não é um fato fechado em si, mas é o início de um processo que se estende a todos os homens. Com efeito; São Paulo chama Cristo ressuscitado “o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1, 18). A Ele, ressuscitado em primeiro lugar, seguir-se-á a ressurreição dos irmãos: “Cada qual na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, por ocasião da sua segunda vinda; a seguir, haverá o fim” (1Cor 15, 23s).

Desde toda a eternidade, o Pai houve por bem fazer-nos conforme à imagem do seu Filho ressuscitado, como escreve São Paulo em Rm 8, 29s:

“Os que Ele conheceu de antemão, também os predestinou a ser conformes à imagem de seu Filho, a fim de ser Ele o primogênito entre muitos irmãos. E os que predestinou, também os chamou, e os que chamou, também os justificou, e, os que justificou, também os glorificou”.

O significado deste texto se percebe bem se se dá atenção às fórmulas paralelas: “Primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8, 29) e “Primogênito dentre os mortos” (Cl 1, 18). O ser primogênito, modelo dos irmãos, implica “ser o primeiro a ressuscitar dentre os mortos”. Os mortos ressuscitarão à semelhança da ressurreição de Cristo.

O mesmo São Paulo se compraz em desenvolver esta doutrina, afirmando que na ressurreição de Cristo teve início a nossa própria ressurreição. Eis a ousada sentença do Apóstolo, que mais adiante merecerá explicação mais detida:

“Quando estávamos mortos em nossos delitos, (Deus Pai) vivificou-nos juntamente com Cristo – pela graça fostes salvos! – e com Ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, em Cristo Jesus” (Ef 2, 5s).

O mesmo ocorre em Cl 3, 1-4:

“Se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas da terra, pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, se manifestar, então vós também com Ele sereis manifestados em glória”.

Pergunta-se: em que sentido já fomos ressuscitados e glorificados com Cristo, se ainda somos pecadores e mortais?

A resposta é dupla:

1) Cristo, como homem, tendo sido ressuscitado e glorificado, mereceu para todo o gênero humano o direito a semelhante sorte. Uma porção da natureza humana acha-se glorificada. Uma parte de nós ou a Cabeça do gênero humano está nos céus, na expectativa de que o resto do corpo chegue ao mesmo termo.

2) Todavia não apenas um penhor ou um direito nos foi concedido mediante a Páscoa de Cristo. Um autêntico princípio de vida nova ou definitiva foi depositado dentro de nós por ocasião de um evento muito concreto de nossa existência: o Batismo. São Paulo o diz sinteticamente em Cl 2, 12:

“Fostes sepultados com Cristo no Batismo; também com Ele ressuscitastes, porque acreditastes no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos”.

Esta ideia é explicitada em Rm 6, 3-11. São Paulo tem em vista o modo como o Batismo era ministrado na Igreja antiga: o catecúmeno era mergulhado em uma piscina (o que significava o morrer e ser sepultado com Cristo) e retirado d’água (o que significava o ressuscitar com Cristo). Em última análise, isto quer dizer que o Batismo confere uma participação sacramental na morte e ressurreição de Jesus; este ato sacramental tem que ser reafirmado e desdobrado na vida ética do cristão dia por dia: é preciso morrer com Cristo para o pecado e ressuscitar com Cristo para uma vida cada vez mais condizente com o modelo do Cristo Jesus; evitando o pecado e desenvolvendo a vida nova, o cristão chegará à gloriosa ressurreição final:

“Se nos tornamos uma só coisa com Ele por uma morte semelhante à sua, seremos, também uma só coisa com Ele por uma ressurreição semelhante à sua” (Rm 6,5).

“Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8).

Ou ainda:

“Pelo batismo fomos sepultados com Cristo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova” (Rm 6,4).

Numa palavra: o Batismo é o início ou gérmen da nossa ressurreição e nos levará à plenitude da vida, se soubermos fomentar esse gérmen pela renúncia ao pecado e pelo exercício das virtudes cristãs.

2.3. O dom do Espírito

Jesus quis associar sua glorificação ao dom do Espírito Santo, que Ele havia de outorgar aos homens como penhor de sua plena santificação. Assim, por exemplo, lê-se em Jo 7, 37-39:

“No último dia da festa, o mais solene, Jesus, de pé, disse em alta voz:

“Se alguém tem sede, venha a Mim,
E beba aquele que crê em Mim!
Conforme a palavra da Escritura,
Do seu seio jorrarão rios de água viva”.

Ele falava do Espírito, que deviam receber aqueles que tinham acreditado nele, pois não havia ainda Espírito, porque Jesus ainda não fora glorificado”.

Como se depreende, os rios de água viva provenientes do Messias significam o Espírito Santo, que devia ser dado aos homens em conseqüência da glorificação de Jesus.¹

Na última ceia, Jesus voltou a prometer:

“Eu vos digo a verdade: é de vosso interesse que eu parta, pois, se eu não for, o Paráclito não virá a vós. Mas, se eu for, enviá-lo-ei a vós” (Jo 16, 7).

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos comunicará as coisas futuras” (Jo 16, 12s).

“O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse” (Jo 14, 26).

É, pois, o Espírito Santo que completa a obra salvífica de Jesus, reunindo os homens num só Corpo, do qual Cristo é a Cabeça e o Espírito é o Princípio vivificante. É o Espírito que nos faz “filhos no FILHO” (cf. Rm 8, 15; Gl 4,6) e nos impele a voltar ao Pai (cf. Ef 2, 18).

Glorificado nos céus e enviando-nos o seu Espírito, Jesus adquire um modo de presença novo aqui na terra: perde a presença física, sempre limitada a um só lugar, para se fazer sacramentalmente presente; a Igreja é o Grande Sacramento de Jesus, no qual são ministrados aos homens os sete sacramentos ou sete canais de graça, que atingem cada criatura desde o nascer até o morrer, ao comentar as palavras de João Batista em Mt 3, 11: “Ele vos batizará no Espírito Santo”:

“Batize Pedro, é Cristo quem batiza. Batize Paulo, é Cristo quem batiza Judas, é Cristo quem batiza” (In Ioannis Evangelium 5,7).

Por trás da ação litúrgica do ministro humano, efetuada em nome de Cristo, e através das suas palavras pobres, é Cristo quem age, exercendo o seu sacerdócio, quando consagra o catecúmeno pelo Batismo, quando consagra o pão e o vinho na Eucaristia, quando perdoa os pecados no sacramento da Reconciliação, quando une os cônjuges em matrimônio…

Não é simplesmente Deus Filho quem purifica e santifica os homens, mas é Jesus Cristo – o Filho feito homem e glorificado para ser nosso Sacerdote Perpétuo – quem exerce o seu pontificado na Igreja vivificada pelo Espírito Santo.

Tal é o alcance teológico da glorificação (ressurreição e ascensão) de Jesus. O Senhor rompe os limites dos tempos e se faz presente a todos os tempos, sempre vivente para interceder por nós (Hb 7, 25) junto ao Pai no “santuário celeste” (Hb 9, 12.24) e junto a nós em nossos santuários terrestres, onde Ele nos prepara para uma ressurreição semelhante à sua.

¹ Este artigo e o subseqüente (relativo à Cruz de Jesus) têm em vista, entre outras coisas, responder a uma notícia lançada pelo JORNAL DO BRASIL, ed. De 27/04/91, 1.º Caderno, p. 9, segundo a qual Jesus Não ressuscitou:

“LONDRES – Jesus Cristo não teria morrido na cruz e sua ressurreição foi apenas uma reanimação. A tese, destinada a gerar polêmicas, foi defendida pelo cientista inglês Trevor Lloyd Davies, de 82 anos, e sua mulher, a teóloga Margaret. Segundo eles, autores de um estudo publicado na revista do Colégio Real de Medicina de Londres, Cristo entrou num estado de hipotensão na cruz e perdeu os sentidos.

De acordo com essa teoria, ao ser retirado da cruz, a circulação sanguínea se restabeleceu e então Cristo deu sinais de vida. Isso explica o fato de Ele não ter sido enterrado e, sim, simplesmente colocado no sepulcro, dizem os pesquisadores. Eles, para reforçar essa tese, lembram que os Evangelhos dizem que Cristo agonizou seis horas, quando, em verdade, os crucificados sofriam uma lenta agonia, que podia durar de três a quatro dias.

Os pesquisadores admitem que os testemunhos dos apóstolos sobre a ressurreição poderiam dever-se a um tipo de auto-sugestão. O casal pediu à Igreja que não leve a mal sua teoria, pois poderá se tornar ainda mais forte se incluir em seu credo algumas verdades científicas”.

¹ Não há dúvida de que Jesus, como Deus, também ressuscitou a sua humanidade, comungando com o Pai e o Espírito Santo numa só atividade.

¹ O texto bíblico subjacente a esta afirmação de Jesus é o de Ez 47, 1-12: o profeta descreve uma grande torrente que sai do Templo de Jerusalém e que se dirige para o deserto, convertendo-o em jardim e pomar, imagem dos frutos do Espírito Santo enviado por Jesus após a sua Ascensão.

Côn. José Geraldo O Vidigal de Carvalho

fonte https://cleofas.com.br/fato-historico-da-ressurreicao-de-jesus/

 

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