Instituiu-a na Quinta-Feira Santa, «na noite em que foi entregue» (1Coríntios 11,23), ao celebrar a Última Ceia com os seus Apóstolos.
Neste artigo, citaremos simplesmente uma pequena seleção de passagens do Novo Testamento para ajudar a mostrar ao leitor a fonte principal desse ensinamento. Uma discussão mais longa sobre o sacramento da Eucaristia pode ser encontrada no Catecismo da Igreja Católica.
1JOÃO 6, 54-57
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim.”
2MATEUS 26, 26-28
“Durante a ceia, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é meu corpo”. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: “Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.”
31 CORÍNTIOS 11, 27-29
“Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo e, assim, coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.”
4ATOS DOS APÓSTOLOS 2, 42
“Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações”.
51 CORÍNTIOS 10, 16
“O cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?”
A instituição da Eucaristia, o sacrifício de Melquisedec e a multiplicação dos pães: é o que nos é apresentado pela Liturgia da Palavra na solenidade do Corpus Christi.
No centro, a instituição da Eucaristia. Na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo evocou com palavras específicas este evento, acrescentando: ‘Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha‘ (1 Cor 11, 26). Conscientes da esperança do encontro definitivo com Ele, após a consagração, como que respondendo ao convite do Apóstolo, proclamamos: ‘Anunciamos a vossa morte, Senhor, proclamamos a vossa ressurreição, enquanto aguardamos a vossa vinda’.
A primeira narração, brevíssima, mas de grande relevo, é tirada do Livro do Gênesis e foi proclamada na primeira Leitura. Ela nos fala de Melquisedec, ‘rei de Salém’ e ‘sacerdote do Deus altíssimo’, o qual abençoou Abrão e ‘ofereceu pão e vinho’ (Gn 14, 18). A esta passagem faz referência o Salmo 109, que atribui ao Rei-Messias um singular caráter sacerdotal por direta investidura de Deus: ‘Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec’ (v. 4).
Na vigília da sua morte na cruz, Cristo instituiu no Cenáculo a Eucaristia. Também Ele ofereceu pão e vinho, que ‘nas suas mãos santas e veneráveis’ (Cânone Romano) se tornaram o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos em sacrifício. Deste modo, Ele cumpria a profecia da antiga aliança, ligada à oferenda sacrifical de Melquisedec. Precisamente por isso recorda a Carta aos Hebreus ‘Ele… tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação eterna, tendo sido proclamado por Deus Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedec’ (5, 7-10).
No Cenáculo é antecipado o sacrifício do Gólgota: a morte na cruz do Verbo Encarnado, Cordeiro imolado por nós, Cordeiro que tira os pecados do mundo. Na dor de Cristo é remida a dor de todo o homem; no seu sofrimento é o sofrimento humano que adquire um valor novo; na sua morte é vencida para sempre a nossa morte. Na multiplicação dos pães o evangelista Lucas ajuda-nos a compreender melhor o dom e o mistério da Eucaristia.
Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos Apóstolos, para que os distribuíssem ao povo (cf. Lc 9, 16). Todos observa São Lucas comeram e ficaram saciados e ainda se encheram dozes cestos de fragmentos que sobraram (cf. ibid., v. 17).
Trata-se de um prodígio surpreendente, que constitui como que o início de um longo processo histórico: o constante multiplicar-se na Igreja do pão da vida nova para os homens de toda a raça e cultura. Este ministério sacramental foi confiado aos Apóstolos e aos seus sucessores. E eles, fiéis à recomendação do divino Mestre, não cessam de partir e de distribuir o Pão eucarístico de geração em geração.
O povo de Deus recebe-o com devota participação. Deste pão de vida, remédio de imortalidade, nutriram-se inúmeros santos e mártires, tirando dele a força para resistir também a duras e prolongadas tribulações. Eles acreditaram nas palavras que um dia Jesus pronunciou em Cafarnaum: ‘Eu sou o pão vivo, descido do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente‘ (Jo 6, 51).
Cristo quis unir a sua presença salvífica no mundo e na história ao sacramento da Eucaristia ‘Eu sou o pão vivo, descido do céu!’. Jesus define-se ‘o pão da vida’, e acrescenta: ‘O pão que hei de dar é a minha carne pela vida do mundo‘ (Jo 6, 51).
Mistério da nossa salvação! Cristo único Senhor ontem, hoje e sempre quis unir a sua presença salvífica no mundo e na história ao sacramento da Eucaristia. Quis fazer-Se pão partido, para que todo o homem pudesse nutrir-se da sua própria vida, mediante a participação no Sacramento do seu Corpo e do seu Sangue. Assim como os discípulos, que escutaram admirados o seu discurso em Cafarnaum, também nós percebemos que esta linguagem não é fácil de ser entendida (cf. Jo 6, 60). Poderíamos às vezes ser tentados a dar-lhe uma interpretação relativa. Mas isto levar-nos-ia para longe de Cristo, como aconteceu para aqueles discípulos que ‘a partir de então já não andavam com Ele’ (Jo 6, 66);
Nós queremos ficar com Cristo e, por isso, dizemos-lhe com Pedro: ‘Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna’ (Jo 6, 68). Com a mesma convicção de Pedro, ajoelhamo-nos hoje diante do Sacramento do altar e renovamos a nossa profissão de fé na presença real de Cristo. Este é o significado da celebração nos dias de hoje.
Bênção dos Santos Óleos
Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos.
Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia.
O motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:
-Óleo do Crisma: Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os “escolhidos” que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.
-Óleo dos Catecúmenos: Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.
-Óleo dos Enfermos: É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como “extrema-unção”. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa;
Instituição da Eucaristia e Cerimônia do Lava-pés
Com a Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde de quinta-feira, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e comemora a Última Ceia, na qual Jesus Cristo, na noite em que vai ser entregue, ofereceu a Deus-Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores.
Nesta missa faz-se, portanto, a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante a missa ocorre a cerimônia do Lava-Pés que lembra o gesto de Jesus na Última Ceia, quando lavou os pés dos seus apóstolos.
O sermão desta missa é conhecido como sermão do Mandato ou do Novo Mandamento e fala sobre a caridade ensinada e recomendada por Jesus Cristo. No final da Missa, faz-se a chamada Procissão do Translado do Santíssimo Sacramento ao altar-mor da igreja para uma capela, onde se tem o costume de fazer a adoração do Santíssimo durante toda à noite.
O que a palavra “padre” significa e onde ela está na Bíblia?
Um dos termos mais distintivos usados na Igreja Católica (embora às vezes usado por outras denominações) é a palavra “sacerdote”. É o termo mais comum usado para identificar um membro ordenado do clero e tem uma rica história no cristianismo.
Em inglês, a palavra “padre” – “priest” – é derivada do grego “presbyteros”, que significa “ancião”. O termo é usado em todo o Velho e Novo Testamentos para identificar um indivíduo que oferece um sacrifício a Deus.
O primeiro uso do termo está no livro de Gênesis, para identificar o misterioso Melquisedeque, que aparece do nada em um encontro com Abraão.
Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho, e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e terra! Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. (Gênesis 14, 18-20)
Mais tarde, desenvolve-se um sacerdócio levítico sob Moisés, que é mantido por vários séculos em um sacerdócio associado ao Templo Judaico. É dever do sacerdote judaico oferecer sacrifícios a Deus em nome do povo.
Jesus tornou-se conhecido entre os cristãos como o supremo sacerdote, Aquele que ofereceu sua própria vida como sacrifício puro, substituindo o antigo sacerdócio por um novo sacerdócio.
Porém, já veio Cristo, Sumo Sacerdote dos bens vindouros. E através de um tabernáculo mais excelente e mais perfeito, não construído por mãos humanas (isto é, não deste mundo), sem levar consigo o sangue de carneiros ou novilhos, mas com seu próprio sangue, entrou de uma vez por todas no santuário, adquirindo-nos uma redenção eterna. (Hebreus 9, 11-12)
Seu sacerdócio também está ligado ao de Melquisedeque, como a Bíblia menciona: “onde Jesus entrou por nós como precursor, Pontífice eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hebreus 6, 20).
Isso conecta o sacrifício de Jesus de seu Corpo com a oferta do pão e do vinho na Última Ceia, inaugurando um novo sacerdócio. As cartas do Novo Testamento referem-se constantemente a esse sacerdócio, explicando como “presbíteros” são designados para várias comunidades cristãs.
Em cada igreja instituíram anciãos e, após orações com jejuns, encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham confiado. (Atos 14, 23)
Os sacerdotes católicos seguem nessa linha, oferecendo o sacrifício da missa que está espiritualmente ligado ao sacrifício de Jesus no altar da cruz. A vida de um sacerdote é em si um sacrifício, não apenas no contexto da missa, mas também em seu estilo de vida. Jesus chama cada sacerdote a seguir os seus passos: “se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” (Mateus 16, 24).
Deste modo, até os leigos são chamados a um tipo de sacerdócio, como explica o Catecismo da Igreja Católica: “A Igreja é, na sua totalidade, um povo sacerdotal. Graças ao Batismo, todos os fiéis participam no sacerdócio de Cristo. Esta participação chama-se «sacerdócio comum dos fiéis»” (CIC 1591). Este sacerdócio comum dos “se realiza no desenvolvimento da vida batismal – vida de fé, esperança e caridade, vida segundo o Espírito” (CIC 1547).
Embora nem todos sejam chamados ao sacerdócio ministerial, todos os católicos batizados são chamados a oferecer suas vidas diariamente como sacrifício a Deus.
Ser padre implica sacrifício, e essa definição sempre mostrou-se verdadeira ao longo da história.
Jesus criou o Sacerdócio Católico
Os protestantes dizem que Jesus Cristo aboliu o sacerdócio levitico imperfeito , do Antigo Testamento , com sua morte sacrificial vicária na cruz, e criou um novo sacerdócio universal dos santos, sob a graça santificante.
Todos poderiam, então, ler a biblia, interpretá-la livremente, e todos poderiam ministrar todos os sacramentos.
Em objeção a esses argumentos, devemos observar, em primeiro lugar, que, se assim fosse, não existiriam tantas divergências entre as seitas evangélicas. Qualquer divisão doutrinária, por si só, já é obra do anticristo e no protestantismo elas existem em profusão. Só existe um Deus, uma fé, um Cristo e uma Igreja!
Em segundo lugar, os apóstolos sempre deliberavam doutrinariamente no espírito colegiado, portanto, havia um modo comum e harmônico de exercer o magistério da Igreja sempre sob a ação do Espirito-Santo, garantia da infalibilidade das decisões conciliares.
Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu doze apóstolos; destacou e “ungiu” um deles como príncipe, e instituiu uma dignidade especifica sobre esse apóstolo. Estavam criados o colégio episcopal e o papado.
Ao batizarem e pregarem a palavra de Deus os apóstolos transmiam a graça santificante aos gentios e inscreviam neles um sacerdócio.
A Nova Aliança não aboliu o sacerdócio.
No Antigo Testamento houve tres niveis de sacerdócio: o Sumo Sacerdote (Aarão e seus sucessores), os Levitas como sacerdotes ministeriais , e logo todo o povo de Deus com o sacerdócio universal (Ex 19:6: “”Sereis para Mím um reino de sacerdotes e uma nação santa.
Vemos três níveis de sacerdócio: o Sumo Sacerdote (só um), sacerdócio ministerial (de todos os Levitas) e o sacerdócio universal (todo o povo de Deus).
É o mesmo hoje! O Sumo Sacerdote (Jesus Cristo), sacerdotes ministeriais (os apóstolos e seus sucessores, os bispos e sacerdotes), e o povo de Deus (uma nação de sacerdotes).
Ao longo do tempo foi se desenvolvendo um processo especifico para o crescimento na graça através do sacramento da ordem.
E ,então, apenas aqueles que recebiam as santas ordens poderiam ministrar regularmente todos os sacramentos.
Não obstante, existe um sacerdócio não-sacramental comum – que é acessível a todos os batizados que não tenham recebido as santas ordens.
No AT, apenas os descendentes de Levi poderiam exercer o sacerdócio – com o advento da graça justificadora, na Pessoa do Cristo, todos foram convidados a viver sob a graça e a recebê-las profusamente, exercendo um sacerdócio.
Caiu, assim, parte da Lei antiga no seu aspecto de precessão para a vinda do Cristo e mantiveram-se as Leis de Deus, as leis morais, as leis do Evangelho e as Lei da Igreja, na espera da Segunda Vinda gloriosa do Cristo, a Parusia.
O sacerdócio cristão – o sacramento da ordem – está aberto a todos aqueles que aceitam viver o ritual estabelecido pela sagrada tradição da Igreja sob autoridade do Cristo e conduzidos pelo Espirito Santo.
Na verdade, Nosso Senhor Jesus Cristo ofereceu graças especificas em seus gestos.
A Santa Ceia tinha como convidados apenas os doze apóstolos. A eles foi conferida a graça, o poder e a autoridade para consagrar o pão e o vinho e ministrar o batismo, além dos outros cinco sacramentos. Todos esses sacramentos foram instituidos por Jesus Cristo e são transmissores de graças, mas nem todos os sacramentos são passíveis de serem ministrados por quem não tenha recebido outras graças requeridas previamente.
Fonte: https://www.veritatis.com.br/o-sacerdocio-comum-e-especifico/
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