1. Protestantes que logo se convertem a fé católica e se autointitulam apologistas e de uma hora pra outra se tornam mestres em doutrina católica, assumem a missão de converter todos os protestantes. Onde está o erro? Primeiro erro: é uma grande imprudência um recém convertido querer evangelizar os outros, sendo que é ele quem precisa ser primeiramente evangelizado. Lembro-me de uma palestra de um seminarista que assisti, que hoje já é sacerdote, onde ele cita a imprudência de muitos de nós, que acabamos de nos converter e já saímos fazendo um blog, ou uma página para evangelizar. Antes de querer ajudar o próximo é preciso estar firme na fé, a doutrina da Igreja é extensa e complexa, precisa de grandes estudos e conhecimento da fé, até mesmo para nos fortalecermos cada vez mais. O Segundo erro está em querer ser “pregador”. Esse termo é um termo praticamente protestante, no catolicismo quem ensina a doutrina é o sacerdote apenas, ele quem tem autoridade para ensinar a doutrina e levar as pessoas até Deus, se colocar no mesmo nível de um sacerdote querendo ensinar tanto ou até mais que ele, é um pensamento protestante de igualar a todos. Nós podemos sim fazer um apostolado e ajudar as pessoas na fé, mas temos que fazer com humildade, e consciência de que somos meros leigos, sujeitos ao erro, e que não somos “pregadores”, que saem fazendo palestras e possui alguma autoridade acima dos outros leigos.
2. Se autointitula “pregador”, faz palestras em diversos lugares com voz ritmada típico de pastores protestantes: Agora nem preciso explicar, há algum problema em dar seu testemunho em locais católicos para ajudar as pessoas na fé? Não vejo problema nenhum aí, o problema está em imitar os pastores, com aquela voz frenética, cansativa, sentimentalista de pastores protestantes.
Os Cristãos Católicos desde o início, nunca se utilizaram de artimanhas da oratória para converter o povo. Sobre isso, nos originais, alertava o apóstolo São Paulo: “Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte da oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo” (1Cor 1,17).
Mas, de onde veio e quando apareceu a LAVAGEM CEREBRAL, esse jeito escandaloso com gritos, fala frenética e gestos bruscos de “pregar”, usado pelas seitas protestantes?
Portanto essa tática de lavagem cerebral é típica de protestantes pentecostais, e deve ser abandonada.
3. Usam diversos chavões: “O Sangue de Cristo tem poder” “Aleluia” “Glória” “Tá repreendido” e diversos outras frases que surgiram no meio protestante. Além de serem frases vagas, soltas, sentimentalistas sem razão, usar o nome de Deus em vão é pecado, e típico de protestantes. Podemos falar o nome de Deus quando é realmente importante e não ficar citando o nome d´Ele o tempo todo, sem motivo ou causa grave, só para dar um ar de “santidade” ou fé exterior. Isso não é algo católico. Alguém se lembra do segundo mandamento da lei de Deus?
4. Falta de humildade: Muitas vezes eles, como se autointitulam pregadores, se sentem acima da maioria dos outros católicos (alguns, não todos), pois estudaram a doutrina, abriram os olhos e se colocaram num pedestal, como se fossem exemplos de pessoas a seguir. Nossos exemplos são os santos, os sacerdotes, a virgem Maria, no mais todos pecamos e devemos praticar a humildade, em se esconder para que Deus apareça. Se colocar num pedestal por que estudou a doutrina católica que a maioria dos próprios católicos desconhecem, é um ato de arrogância da pessoa. Ressaltando que de nada vale a letra, sem a prática, a caridade é o mais importante em nós, é o amor a Deus que nos mantém unidos a Ele. Muitos analfabetos estão no céu, enquanto muitos doutores da lei estão no inferno. Conhecer a doutrina não é medidor de santidade. Muitas vezes quanto mais sabemos mais nos é cobrado.
Vemos isto nos sedevacantistas (ou ortodoxos) também (que afirmam que não ha papa legítimo na cátedra de Pedro), pois estudaram tanto a doutrina católica, mas pouco se recolhem interiormente, a fé ficou baseada apenas na doutrina, e muitas vezes não estão unido a Deus, por isso acabam caindo em armadilhas do demônio para abandonar a Igreja. Qualquer bom católico tem o mínimo de conhecimento para saber que nós não temos autoridade para afirmar tal coisa, cabe a nós rezar pela Igreja e pelo Papa, temos que confiar na divina providência.
Coloco aqui um trecho do magnífico livro: Imitação de Cristo de Tomás de Kempis que fala um pouco sobre este conhecimento, e falta de humildade de algumas pessoas:
“Todo homem tem desejo natural de saber; mas que aproveitará a ciência, sem o temor de Deus? Melhor é, por certo, o humilde camponês que serve a Deus, do que o filósofo soberbo que observa o curso dos astros, mas se descuida de si mesmo. Aquele que se conhece bem se despreza e não se compraz em humanos louvores. Se eu soubesse quanto há no mundo, porém me faltasse a caridade, de que me serviria isso perante Deus, que me há de julgar segundo minhas obras? Renuncia ao desordenado desejo de saber, porque nele há muita distração e ilusão. Os letrados gostam de ser vistos e tidos por sábios. Muitas coisas há cujo conhecimento pouco ou nada aproveita à alma. E mui insensato é quem de outras coisas se ocupa e não das que tocam à sua salvação. As muitas palavras não satisfazem à alma, mas uma palavra boa refrigera o espírito e uma consciência pura inspira grande confiança em Deus. Quanto mais e melhor souberes, tanto mais rigorosamente serás julgado, se com isso não viveres mais santamente. Não te desvaneças, pois, com qualquer arte ou conhecimento que recebeste. Se te parece que sabes e entendes bem muitas coisas, lembra-te que é muito mais o que ignoras. Não te presumas de alta sabedoria (Rom 11,20); antes, confessa a tua ignorância; Como tu queres a alguém te preferir, quando se acham muitos mais doutos do que tu e mais versados na lei? Se queres saber e aprender coisa útil, deseja ser desconhecido e tido por nada. Não há melhor e mais útil estudo que se conhecer perfeitamente e desprezar-se a si mesmo. Ter-se por nada e pensar sempre bem e favoravelmente dos outros, prova é de grande sabedoria e perfeição. Ainda quando vejas alguém pecar publicamente ou cometer faltas graves, nem por isso te deves julgar melhor, pois não sabes quanto tempo poderás perseverar no bem. Nós todos somos fracos, mas a ninguém deves considerar mais fraco que a ti mesmo”.²
5. A Maneira de Rezar dos recém convertidos: Para começo de conversa, eles evitam usar a palavra “Rezar”, até mesmo por costume usam apenas “orar”. (Estou orando, vou orar, etc). Tendo em vista que os protestantes condenam os católicos, dizendo que esta palavra não é bíblica (o que é uma mentira), além de dizer que isto significa orações repetidas, que supostamente seriam condenadas na bíblia. E isto precisa mudar urgente entre os recém convertidos, sobre isso, temos um outro artigo que trata do tema, acesse:Vãs repetições. Não há problema tanto com a palavrar orar quanto rezar, porém em se tratar de um costume protestante, é melhor que se habitue com as duas palavras, para não haver confusão, ou até mesmo as pessoas que estão próximas, não pensarem que se trata ainda de um protestante e não de um católico.
Segunda observação sobre isto ainda: Os protestantes que se convertem, simplesmente não sabem rezar! Salvo algumas exceções que já eram católicos e ainda lembram, mas a maioria deles não sabem rezar. Eles tem um hábito de “conversar com Deus” de forma espontânea, não rezam o terço, não rezam quase o Pai nosso, nem orações católicas, como a Ladainha de Nossa Senhora, o Magnificat, etc. Eles se apegam em ler a bíblia (achar que tem todas as respostas na bíblia), e conversar com Deus. Os ex protestantes, hoje católicos, precisam primeiramente conhecer a maior devoção que existe (depois da Santa Missa), que é a devoção ao Rosário, não há oração melhor para nós, e que mais agrade a Deus. Podem conversar com o Senhor sim, mas rezar também orações que os santos ensinaram, que são santificantes e nos ajudam a nos aproximar de Deus.
Esperamos ter contribuído um pouco para os ex-protestantes hoje católicos, sintam-se bem vindos a Santa Igreja, e lembrando mais uma vez: esta postagem não tem intuito provocativo, mas informativo a respeito de práticas pentecostais, que não devem ser introduzidas entre os católicos.
Fontes:
1. pensamentosdedeuss.blogspot.com.br
2. CaiaFarsa: Por que gritam os pastores ‘evangélicos’?
3. Imitação de Cristo – Tomás de Kempis (Cap 2).