Imagino que você não goste de ouvir conselhos sobre namoro ou amor. Nós, jovens, costumamos insistir em que sabemos como namorar e raramente admitimos que algum adulto se intrometa na nossa vida. De fato, o amor é uma coisa muito pessoal e poucas pessoas seriam capazes de entender o que se passa no coração de quem está apaixonado. Mas todo casal que quer viver um namoro segundo os critérios de Deus deve ter em mente algumas regras universais para viver um namoro casto. E aí estão elas:
1. Consenso Comum
Existe um ditado que diz “Quando um não quer, dois não brigam. ” No caso em questão, NÃO podemos, de jeito nenhum, aplicar esse dito à experiência de um namoro santo.
A decisão da castidade deve ser pautada na livre entrega de coração, e esta entrega, em um relacionamento, acontece de forma mútua, em que duas pessoas decidem juntas viver em Cristo para chegar a um proposito maior, o matrimônio.
Se um dos enamorados não quer ter um namoro casto, leva o outro a pecar. Da mesma forma, quando uma pessoa decide sozinha por um namoro casto, terá dificuldade para levá-lo adiante, mas poderá mostrar ao outro a beleza da castidade e convencê-lo a viver O Amor Verdadeiro, que é o próprio Jesus.
2. Saber os seus limites
Todo namoro tem seus limites: cada vez que se brinca com a sexualidade, se brinca com as responsabilidades. Não se brinca com o sexo! Cada vez que se brinca de ser adultos diante do sexo, mostra-se que ainda não tem respostas adultas para as consequências de tal ato e que o limite do namoro foi ultrapassado. A autodisciplina é essencial e deve-se adquirir, exercitar e conservar em cada etapa da vida.
Todas as vezes que há afeto anormal, falta de diálogo, excessivo desejo, falta de compreensão, egoísmo e os carinhos forem demasiadamente físicos e até mesmo eróticos, pode ter certeza que seus limites foram ultrapassados. É preciso medir bem as ações que se pratica e ser fiel aos Mandamentos de Deus, pois tudo que ultrapassa o limite do nosso corpo é prejudicial para nossa alma.
“Todo namoro tem seus limites: cada vez que se brinca com a sexualidade, se brinca com as responsabilidades.”
3. Evitar “certas” ocasiões
Fugir do pecado como o diabo foge da cruz. Devemos fugir de toda tentação que aparece em nossa frente: se tua mão direita te faz pecar, corta-a e joga-a fora.
Ficar sozinhos em casa ou em qualquer lugar que seja propício para a prática de afetos exagerados, beijar de forma a incitar a prática sexual, gestos que envolvem uma forte dose de sexualidade, conversas impróprias, pensamentos erotizados sobre a pessoa com quem se relaciona, filmes, programas de televisão, livros e revistas podem levar ao pecado. Tudo isso deve ser evitado, senão banido, de um namoro, para que seja garantida a saúde espiritual e a castidade do casal. O autocontrole nem sempre será uma ferramenta infalível para a sua vontade, muito pelo contrário: a carne é fraca e o pecado é muito mais fácil de ser praticado quando a situação é propícia. Jesus diz: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca. Vigiem e rezem para não caírem em tentação.” (Mc 14,38).
4. Ser prudente
Se vestir modestamente, pensar nas consequências dos atos, guardar-se e ter em si o mistério do corpo são qualidades advindas da prudência. Não tem nada a ver com beatice ou educação frustrada. O ser humano também tem vergonha dos seus pecados e de outras coisas cuja divulgação o evitariam. Quem, mediante palavras, olhares, gestos e atos, fere o sentimento do pudor natural de uma outra pessoa rouba-lhe a dignidade. [YOUCAT 464]
O pudor preserva a intimidade da pessoa. Designa a recusa de mostrar o que deve ficar oculto. Ordena-se à castidade e comprava-lhe a delicadeza. Orienta os olhares e as atitudes em conformidade com a dignidade das pessoas e com a união que existe entre elas. [CIC 2521]
5. Ter calma e paciência
É muito difícil ter calma e paciência quando o espirito e o corpo pedem um pouco mais. Porém, quanto mais materialista e físico é o seu relacionamento, menor é a chance de ambos amadurecerem e tornarem-se homem e mulher segundo a vontade de Deus. Muitas vezes, a espera é bem mais importante para a mulher do que para o homem. Claro, há casos e casos, e há muitas exceções.
“Quanto mais materialista e físico é o seu relacionamento, menor é a chance de ambos amadurecerem e tornarem-se homem e mulher segundo a vontade de Deus.”
Isso tudo acontece porque há um mistério dentro da mulher que lhe pede que acolha a vida e se prepare para ela como se fosse um certo ritual. O homem é um convidado especial a partilhar com a mulher a vida que é criada no coração dela e com ela viver cada etapa até que chegue a sua promessa. Quando se antecipa esse mistério tão especial, é quebrada a promessa feita por Deus no namoro e a frustração de um namoro que tinha tudo pra dar certo pesa na cabeça e no coração de quem agiu com pressa, lembrem sempre do kairós.
6. Diálogo
O diálogo é o segredo para qualquer boa relação na sociedade. No namoro não é diferente, sempre que existe um bom diálogo entre os dois, existe um grande respeito.
Com o diálogo, os limites passam a ser conhecidos e, acima de tudo, cria-se um grande amor.
O fato de o rapaz conhecer a moça com quem se relaciona faz que ele pense mais em como não desagradá-la ou traumatizá-la com algo que fará. Assim também a moça, ao conhecer o rapaz, não tomará atitudes que possam magoá-lo, e ambos passam a refletir sobre como seus gestos podem afetar um ao outro. Isso tudo leva a um convívio fácil e simplificado, em que os dois tem um enorme respeito um para com outro e sabem muito bem qual os objetivos que partilham e de que modo querem chegar a promessa de Deus nas suas vidas.
7. Oração constante
A oração individual é muito importante para trazer santidade para o corpo e alma de uma pessoa. No namoro, não se deve priorizar apenas o individual, se não, o coletivo fragiliza.
O casal Deve, portanto, se acostumar desde o início do namoro a rezar juntos em todos os lugares, sempre pondo nas intenções o que estão buscando, a santidade e a união em Cristo. As orações devem ser francas e com amor. Não é preciso buscar na internet uma oração para jovens casais ou a benção de Santo Antônio, mas se quiser não tem nenhuma restrição, basta que orem com o coração. Deus não necessita de grandes palavras ou revelações, precisa de feitos do coração, palavras trazidas do coração de quem ama, para o coração Daquele que ama.
8. Viva um “triângulo amoroso”
Você, seu namorado(a) e Deus. Não há nada mais belo em um casal, senão a busca constante dos dois em uma vida consagrada a Deus. Deus é tão apaixonado por um namoro santo quanto as pessoas que dele fazem parte. E é igualmente belo quando as pessoas reconhecem um casal como espelho de Deus pelo modo que é vivido seu relacionamento. Torna-se exemplo para aqueles que desejam viver em Deus também é uma forma de chegar à salvação.
“Você, seu namorado(a) e Deus.”
Se seu sonho é um dia casar-se, ter uma família numerosa e viver eternamente em Deus, tenha certeza que Deus o quer tanto quanto você. As consequências de viver tudo no momento certo e com o auxílio de Deus são as melhores possíveis, nada se perde quando feito com amor. Lá na frente, você colherá os frutos de um namoro saudável e terá a benção do Pai que tanto vos ama.
9. A castidade no namoro favorece o crescimento amistoso entre o casal
A pureza ajuda a ter uma boa comunicação com seu(sua) namorado(a). Não se concentram só no prazer, mas na alegria de compartilhar a vida, as conversas são mais profundas, a comunicação não é ofuscada e o casal pode se conhecer melhor.
10. Cresce o lado amistoso do relacionamento
A vida sexual no namoro pode dar a falsa impressão de que os jovens estão de fato próximos, quando, na verdade, não estão. Alguns jovens se deixam levar por paixões e, depois, quando se conhecem em profundidade, se desencantam. Muitas vezes, nem sequer chegam a se conhecer.
11. Existe um melhor relacionamento com os pais de ambas as famílias
Os pais cristãos querem que seus filhos solteiros vivam a continência sexual e se sentem mal quando sabem que eles estão sexualmente ativos, sem estar casados. Quando um casal sabe que deve esconder suas relações sexuais, cresce a culpa. Os jovens que vivem a pureza se relacionam mais cordialmente com os próprios pais e com os pais do(a) namorado(a).
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12. As relações sexuais têm o poder de prolongar uma relação pouco sã, baseada na atração física ou na necessidade de segurança
Uma pessoa pode se sentir “presa” a um relacionamento do qual gostaria de sair porque – no fundo – não o deseja, mas não sabe como fazer. Uma pessoa casta pode romper com maior facilidade o vínculo afetivo que o ata ao outro, pois não houve uma intimidade tão poderosa no aspecto físico.
13. A castidade estimula a generosidade contra o egoísmo
As relações sexuais durante o namoro convidam ao egoísmo e à própria satisfação. Inclinam o casal a sentir-se em concorrência com outras pessoas que podem chamar a atenção do(a) namorado(a). Estimulam a insegurança e o egoísmo porque o fato de começar a entrar em intimidade convida a pedir mais e mais.
14. Há menos risco de abuso físico ou verbal
O sexo, fora do casamento, pode se associar à violência e a outras formas de abuso. Por exemplo, há duas vezes mais ocorrência de agressão física entre casais que convivem sem compromisso do que entre pessoas casadas. Há menos ciúme e menos egoísmo nos casais de namorados que vivem a pureza do que naqueles que se deixam levar pelas paixões.
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15. Aumenta o repertório dos modos de demonstrar afeto
Os namorados que vivem a castidade encontram detalhes “novos” para demonstrar afeto e contam com iniciativas e ideias para passar bem e demonstrar mutuamente seu carinho. O namoro se fortalece e eles têm mais oportunidades de se conhecer no que diz respeito à personalidade, aos costumes e à maneira de manter um relacionamento.
16. Existem mais possibilidades de triunfar no casamento
As pesquisas têm demonstrado que os casais que já viveram juntos têm mais possibilidades de se divorciar do que os que não fizeram essa experiência.
17. Se você decidir terminar o namoro, doerá menos
Os laços criados pela atividade sexual, por natureza, vinculam fortemente o casal. Então, se houver uma ruptura, será mais intensa a dor produzida pela separação, devido aos vínculos estabelecidos. Quando não tiverem relações íntimas e decidirem se separar, o processo será menos doloroso.
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18. Você se sentirá melhor como pessoa
Os adolescentes sexualmente ativos frequentemente perdem a autoestima e admitem viver com culpas. Quando decidem deixar de lado a intimidade física e viver castamente, sentem-se como novos e crescem como pessoas. Além disso, melhoram seu potencial intelectual, artístico e social. Com o sexo não se deve jogar. Quando alguém o pressionar dizendo: “Só te peço sexo uma vez e não insistirei mais”, uma boa resposta seria: “Isso é justamente o que me preocupa. Prefiro me conservar para alguém que vai me querer toda a minha vida”.
Infelizmente, dentro do relativismo religioso e moral que vai penetrando também na Igreja, até mesmo na cabeça de alguns sacerdotes, a fornicação entre namorados e noivos vai se tornando corriqueira e muitos a querem justificar e até aprovar em nome do “amor”. Não é raro ouvir jovens comentando que um padre disse que não é pecado viver o sexo com o namorado(a) se eles se amam. No entanto, para sermos fiéis a Deus e à Igreja não podemos aceitar essa grave quebra da moral católica. O Papa Bento XVI disse claramente na encíclica “Caritas in veritate” que “o amor sem a verdade é sentimentalismo”.
Fonte: https://blog.campusfidei.org.br/8-dicas-para-viver-um-namoro-casto/
https://cleofas.com.br/10-razoes-para-viver-a-castidade-no-namoro/