“Existe uma diferença entre o prazer e a alegria: prazer é a satisfação da carne; e alegria é a satisfação da alma. O prazer, quando passa, deixa gosto de morte; e a alegria deixa o gosto de vida. Existem prazeres que são bons desde que você não desvirtue as coisas; é muito bom se sentar à mesa e se alimentar bem; bater um bom papo com seus amigos também é um prazer lícito. Da mesma forma, o desejo da relação sexual dentro do matrimônio é um prazer lícito.
O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós abusamos do bem, se abusamos da comida, da bebida, do sexo fora do casamento, tudo isso se torna um mal. O sexo dentro do plano de Deus é lindo, mas se o tiramos dentro do plano divino, ele pode ser causa de adultério, de doenças…
A Igreja nos ensina os sete pecados capitais: gula, avareza, luxúria, ira, melancolia, preguiça, vaidade, orgulho. São vícios que nos levam à morte. Por outro lado, há sete virtudes que podem combater esses pecados. Contra a soberba, a humildade; contra a ganância, o despreendimento; contra a luxúria, a castidade; contra a gula, o autocontrole; contra a preguiça, a vontade de trabalhar; contra a ira, a paciência. Nos pecados nós encontramos o caminho da morte; nas virtudes encontramos o caminho da paz”.
Precisamos ser alegres; o cristão é alegre. A alegria faz bem para a alma. A Bíblia diz que “a alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida” (Eclo 30,22-26). São Francisco de Sales dizia que “um cristão triste é um triste cristão”.
A alegria verdadeira brota de um coração puro, que ama a Deus e ao próximo, tem a consciência tranquila, e sabe que está nas mãos de Deus. Mas o mundo confunde alegria com prazer; não é a mesma coisa. Prazer é a satisfação do corpo; alegria é a satisfação da alma. Há prazeres justos e até necessários, como o sabor que Deus colocou nos alimentos, o prazer do ato sexual do casal unido pelo matrimônio…
Mas há também prazeres injustos e, por isso, pecaminosos quando se busca a satisfação do corpo apenas como um fim: a bebida, o sexo antes do casamento, as drogas, as aventuras que põem a vida em risco, etc. Isso acontece quando se abusa da liberdade e se usa mal as coisas boas.
Por exemplo, pode ser um gesto de alegria beber um copo de vinho com os amigos, mas pode se tornar num gesto de prazer desordenado se houver o abuso da bebida e se chegar a embriaguez. O mal quase sempre é o uso mal, o abuso, das coisas boas.
Está chegando mais um Carnaval, tempo que para muitos se transformou em liberação de todos os instintos, busca frenética da “alegria” e prazer. Mas o prazer ilícito, quando passa, deixa gosto de morte. A distorção da alegria no Carnaval pode se transformar em sofrimento, para a própria pessoa e para os outros, porque sabemos que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Não pense que você pode ser feliz no pecado; é uma ilusão.
A tentação nos oferece o pecado, assim como uma maçã envenenada, mas caramelada. É mais ou menos como o terrível anzol que o peixe abocanha porque está escondido dentro da isca. Depois de abocanhar a isca, de sentir o “prazer” rápido que ela lhe dá, o peixe sente o gosto da morte no anzol que o fisga.O mesmo se dá com quem se entrega no Carnaval aos prazeres da carne: o sexo a qualquer custo, o uso das drogas, o abuso da bebida, os gestos de violência… O que tudo isso gera depois? Sabor de morte. Depois que rapidamente tudo isso passa vem o vazio, a tristeza.
Quantas crianças são geradas nas relações sexuais que acontecem nos Carnavais! O que acontece depois? Algumas dessas podem ser abortadas; outras se tornam filhos de uma mãe que vai criar e educar o filho sozinha. Toda criança que vem a este mundo tem o direito de ter um pai, uma mãe, um lar, ser amada e desejada; e não ser apenas o fruto de uma relação sexual irresponsável.
O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós abusamos do bem, se abusamos da comida, da bebida, do sexo, tudo isso se torna um mal e traz suas consequências negativas; isso não é uma alegria autêntica. O sexo dentro do plano de Deus, no casamento, é lindo, mas se o tiramos do plano divino, ele pode ser causa de tristeza, adultério, doenças… Nos pecados nós encontramos o caminho da morte; nas virtudes encontramos o caminho da paz.
O pecado é perfumado e se apresenta a você na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Agostinho dizia: “A sua tristeza são os seus pecados; deixe que a santidade seja sua alegria”.
A verdadeira alegria pode ser encontrada no convívio saudável do lar com os filhos, na Igreja, na leitura de bons livros e da palavra de Deus; num tempo mais dedicado a oração, no ouvir uma boa pregação, num gesto de caridade a uma pessoa que precisa de você.
Fonte:
https://assessoria.cancaonova.com/artigos/alegria-e-a-satisfacao-da-alma/