DEZ VANTAGENS DE UMA VIDA CASTA
Você pode observar nas promessas matrimoniais que o casal faz o juramento de amar um ao outro todos os dias de suas vidas. Mas se você tenciona amar seu futuro marido todos os dias de sua vida, por que não incluir também os dias vividos antes de encontrá-lo? Já pensou nisso?
Tendo em vista que você ainda não está casada, não está ligada a tais promessas. Você não é infiel a seu futuro esposo se namorar antes dele outros rapazes. Tecnicamente, você não pode amar e honrar um homem que não existe. Mas, ainda assim, pode praticar o amor que espera encontrar. Se espera casar-se, comece a pensar sobre o coração do seu futuro esposo. Pense se o modo como está conduzindo sua vida antes de encontrá-lo irá trazer a ele alegria ou dor. Uma mulher precisa pensar também na espécie de amor que deveria oferecer.
Se você deseja casar-se, uma das melhores maneiras de se preparar ao amor conjugal é praticar a pureza de coração, mente e corpo. A pureza não é vista como uma virtude, mas como uma neurose e uma visão doentia de sexualidade. A pureza de um homem não tem nada a ver com quantas mulheres ele já namorou; quando um homem é puro, significa que ele está livre da atitude egoísta do uso das mulheres, sendo, portanto, capaz de amar de modo autêntico.
Se uma mulher verdadeiramente anseia por amor, precisa mudar o modo como enxerga a castidade. Ela precisa desistir de sua antiquada ideia de pureza como algo restritivo e maçante e ver que ela nos torna livres para o amor. Pureza não se acumula com o tempo, nem é o mesmo que virgindade. Há muitas mulheres que não são virgens que tornaram-se puras e muitas virgens que não vivem a pureza. Independentemente do seu passado, você pode ser pura. É uma escolha que cabe a você.
A questão da pureza
(veja um curto vídeo do Jason sobre castidade em que cita um curioso episódio de seu namoro – a partir de 1:24 – com a Crystalina que virou documentário).
Se você decidir viver uma vida pura, não espere que o mundo entenda sua decisão. A revolução sexual do século XX gerou um desejo de rebelar-se contra uma visão insalubre, pudica e vitoriana da sexualidade. No entanto, sem voltar a uma frígida visão da sexualidade, muitos precisam entender que pureza não é o mesmo que puritanismo. Castidade não é recusa em reconhecer a beleza da sexualidade humana.
A castidade molda a sexualidade humana dentro do contexto do amor humano – o que os puritanos e os seguidores da revolução sexual esqueceram-se de fazer. A castidade faz muito mais do que prevenir problemas como gravidez não planejada e DSTs. Seu fascínio mais profundo está nas bênçãos que ela traz.
1 – A castidade purifica seus usuários. A castidade une amores e divide os que se entregam à luxúria. Se uma mulher não conta com a pureza para peneirar pretendentes indignos, eliminando-os, como saberá se um homem verdadeiramente a ama? Confiando em seus presentes e palavras lisonjeiras? Um modo confiável de medir sua integridade é verificar sua capacidade para o sacrifício. Uma menina perdeu sua virgindade para um colega porque esperava que ele a convidasse para o baile de formatura. “Minha primeira vez não significou nada pra mim. Não foi divertida. E eu sei que não a queria”. Pense quão diferente poderia ter sido sua história se ela praticasse a pureza.
Às vezes a mulher aprende com tais relacionamentos; outras vezes, é preciso décadas para admitir o dano. Outra mulher conta: “Descobri que meu marido era viciado em pornografia quando estava grávida de nove meses. Mas estava presa a ele; agora estamos casados há 16 anos. Ele sempre foi emocionalmente distante (…) muitas noites dormi chorando por causa da solidão que minha escolha me causou. Por que não percebi isso nos primeiros anos e namoro? Estávamos ocupados demais fazendo sexo, em vez de conhecer melhor um ao outro. Eu nunca estive certa se meu marido me amou o bastante para renunciar a outras mulheres ou se chegou a me amar”.
2 – A castidade traz clareza. Quando uma mulher decide preservar a intimidade sexual para o casamento, ela não precisa se questionar a respeito de seus padrões. Nas palavras de uma estudante: “Jamais me angustiarei pensando em quanto tempo devo esperar antes de ter sexo com meu namorado”. Esta clareza de moral liberta o casal para focar em questões mais importantes – como pensar se querem o matrimônio enquanto um se apaixona pelo outro pelas razões certas. Quando o casal se torna sexualmente íntimo do casamento, é fácil desperdiçar meses ou anos antes de chegar à conclusão de que o relacionamento não está levando a lugar nenhum.
Ao contraio do que muitos pensam, a castidade não exige que a mulher seja insensível, intocável ou fria. Wendy Shalit, em A Return to Modesty, diz: “Mais significativamente, não ter sexo antes do casamento é uma forma de insistir que a parte mais interessante de sua vida terá lugar depois do casamento e, sendo a mais interessante, talvez vá durar para sempre”.
Sexo não é um teste para futuros esposos. Ele torna seu julgamento nublado e induz solteiros a pensarem que têm mais em comum do que realmente têm. Se casarem, a falta de compatibilidade vem à tona mais tarde. Uma das bênçãos da pureza é que traz as falhas do outro à tona mais cedo.
Pessoas que querem conhecer a intimidade sexual do outro antes do matrimônio estão dizendo que têm pouca fé no relacionamento. Imagine um rapaz dizendo à noiva: “Preciso ver como você é na cama antes de me comprometer a passar minha vida com você”. Quer dizer que se eles casarem e ela não excitá-lo sexualmente ele irá amá-la menos? Então, ele nunca a amou.
3 – A castidade exalta seus atrativos. Uma jornalista de Londres renunciou ao sexo por um ano para livrar-se de relacionamentos vazios e casuais. Ela diz: “Eu estava sendo atraída por um tipo diferente de homem. Já que sexo estava fora de questão, eu queria alguém com quem pudesse conversar. Em vez de flertes eu buscava por traços não glamourosos, como lealdade e bondade”. Se espera-se que a “química” sustente o casal, o relacionamento sofrerá um colapso sob o peso de sua própria superficialidade.
4 – A castidade liberta a mulher de quaisquer dramas. A mulher casta não se preocupa com questões como “estou sendo usada?”, e então torna-se apta a rejeitar homens que seduzem por manipulação. A revolução sexual encoraja mulheres a verem seus corpos como moeda de troca para ganhar o controle dos seus relacionamentos.
Em 2005 o Washington Times publicou o artigo “Depressão: nova doença transmitida sexualmente”. Um estudo acompanhou 13.000 estudantes do ensino médio e secundário. Das adolescentes abstinentes, somente 4% experimentaram depressão. As meninas promíscuas sexualmente, porém, tinham 11 vezes mais chances de sentirem-se deprimidas. Não foi a depressão que originou a atividade sexual, mas o comportamento prognosticou a depressão. Para muitas, o sexo era usado para encobrir algo infeliz em suas vidas.
Crystalina: Quando eu era sexualmente ativa na escola secundária, podia aparecer com um grande sorriso em minha face. Embora infeliz, me orgulhava de outras pessoas terem ciúmes dos meus relacionamentos. Mas eventualmente, a máscara de todo mundo cai. A minha caía quando estava sozinha, chorando à noite ou preocupada com um teste de gravidez pela manhã. Os que invejavam minha vida nunca souberam da angústia que sentia caminhando pelos corredores da escola depois de fazer algo estúpido com um rapaz no fim de semana. Eles não viram minhas lágrimas quando meu namorado bateu em mim, me insultou, traiu e foi embora com outra menina.
Esse drama acabou quando decidi ser pura e respeitar a mim mesma. Obviamente essa transição não ocorreu sem suas provações. Rapazes escarneceram de mim e muitos “amigos” se afastaram. Mas escolhi ficar sozinha em vez de ligar para meninos me resgatarem de mim mesma. Enquanto isso, as fofocas se dissiparam gradativamente e estabeleci uma nova reputação para mim mesma. Cada prova superada tornou-se mais forte, em oposição ao drama da impureza que tornava-me mais fraca.
5 – A castidade intensifica a expectativa. Os mandamentos são vistos frequentemente como forças restritivas que privam as pessoas de experiências deleitosas que deveriam ser delas por direito. Mas será que a Igreja está tentando trapaceá-lo, roubando-lhe a emoção que é ter muitos parceiros? Na verdade, a Igreja está lhe propondo uma questão: “E quanto à emoção de conhecer um só parceiro?”.
Jason: uma vez que nunca assisti aos filmes Titanic, Cartas para Julieta ou Orgulho e Preconceito* (recomendo muito este último às mulheres!, comento mais no fim do post), não posso oferecer exemplos de amor de filmes populares românticos. Todavia, da perspectiva masculina, posso falar de filmes que vi. Em Coração Valente, quando William Wallace se casa com a mulher que adorou desde a infância, diz: “Amarei você por toda minha vida, e não outra”. Quando Maximus Decimus em Gladiador é convidado por César para ser imperador de Roma, o que escolhe? Voltar para casa, para sua mulher. Fundamental para esses filmes, manchados de sangue e cheios de testosterona, é a noção do amor por uma única mulher.
6 – A castidade liberta você de você mesmo. Relações sexuais antes do casamento frequentemente tolhem o desenvolvimento pessoal de uma mulher. Se uma menina de ensino médio dorme com um rapaz, é realista esperar que esse relacionamento continue na faculdade, sem interrupção, e termine num casamento feliz? Muitas sonham assim e olham para trás com corações partidos…
Anos da vida de uma mulher podem ser gastos em relacionamentos sexuais que carecem de um futuro. Se tais relacionamentos incluem abstinência, consomem muito menos energia emocional e mental da mulher. Mais frequentemente do que raramente, as relações sexuais reduzem seu potencial, fazendo-a focar no que ela pode oferecer a um homem, em lugar do que pode fazer pelo mundo.
7 – A castidade exprime amor. A fim de que o casal seja puro, tanto o homem quanto a mulher devem negar-se a ceder ao desejo sexual e praticar autodomínio. Esse amor acende uma forma de amor mais profunda, testando o amor do casal para ver se estão dispostos a se sacrificar um pelo outro. Se amor significa dar o que é melhor para seu amado, considere quantas pessoas você está amando ao ser casto.
Respeitando seu corpo e sua alma, você expressa amor a si mesma; vivendo de maneira nobre, também traz honra e alegria à sua família; se algum dia for casar, imagine a alegria na face do seu marido quando descobrir que esteve esperando por ele. Se você cometeu antes alguns enganos, saiba que, a partir de agora, você pode dar a ele esta alegria todos os dias. Se a espera parece longa, lembre-se que não espera só um sacramento, mas espera também um esposo.
Por uma vida casta, a mulher expressa amor pelo homem que namora: uma pessoa não pode ser casta a menos que seja motivada por amor. Só o amor abastece uma paixão por pureza verdadeira. Nas palavras de uma mulher: “ambos (meu namorado e eu) concordamos que o sexo arruinaria o relacionamento, e nós estamos apaixonados demais para permitir que isso aconteça!”.
Com uma vida pura você ama também seus futuros filhos, por não concebê-los até estar apta para cuidar deles apropriadamente. Sabemos de problemas que atingem filhos de mães solteiras, como propensão a crime, problemas emocionais que podem levar às drogas, ir mal na escola e divorciar-se mais tarde…
Mas mais importante, sua decisão de ser casta é uma expressão de seu amor a Deus. Você já considerou que é capaz de aumentar a alegria no Paraíso? “Os céus se rejubilam por causa dos que se desviam do pecado” (Lc 15,7). Viva para Ele e ame por Ele.
8 – A castidade expressa esperança. Com 13 anos, Hannah recebeu de seus pais um anel de pureza. Nos anos de colegial e faculdade, olhava para o anel de prata como sinal de esperança. Anos depois, deu seu anel a seu noivo, dizendo-lhe que o guardou para ele, como guardou a si mesma. Sem que ela soubesse, ele pediu ao joalheiro que derretesse a prata desse anel e fundisse ao ouro do anel que ele usaria. Como marido dela, ele usa os dois metais num só anel.
Hannah escolheu viver por algo maior do que o que o momento presente poderia lhe oferecer. A Esperança nos sustém nas provações, relembrando-nos de que nossa recompensa final está no Céu.
9 – A castidade aprofunda a fé. Uma universitária certa vez citou Mateus dizendo: “Jesus afirmou que os puros de coração verão a Deus. Somente isto é suficiente para mim”. Os puros de coração não verão a Deus somente no futuro, mas também na vida presente. Uma alma pura é como uma vidraça limpa, através da qual uma pessoa pode ver a Deus. O pecado embaça o vidro, e a visão das coisas divinas torna-se obscura. A pureza de alma permite uma forma única de intimidade divina.
Pela pureza você também tem mais aptidão de ver Deus nos outros. Os puros veem uns nos outros um reflexo da face de Deus. Não seria bom saber que seu namorado vê Deus em você? Além disso, a castidade oferece-nos o dom de uma consciência limpa. Cultivando a pureza dos anjos, desfrutamos uma porção da paz e alegria que eles possuem.
10 – A castidade oferece libertação da tristeza. Quantos você conhece que se arrependeram de ter vivido a castidade? E quantos que se arrependeram de não ter sido puros?
Jason: Você pode me adicionar a esta última lista. Embora fosse tecnicamente virgem quando casei com Crystalina, em meu passado fui longe demais com as garotas. Um peso inesperado acompanhava minha luxúria, enquanto um ar de paz parecia envolver os relacionamentos puros.
Quando namorei Crystalina, nossa pureza não destruiu nossa capacidade de divertirmo-nos como casal. Não é preciso muito para desfrutar do tempo gasto com seu amado. Quando você ama verdadeiramente uma pessoa, o sexo pode esperar, pois você está muito ocupado aproveitando a personalidade dela.
Conserve a Inocência
Jason: Uma hora após uma palestra sobre castidade num colégio, um jogador de futebol aproximou-se de mim, dizendo estar dormindo com uma garota que amava, e que sabia que não deveria estar fazendo isso. Então o estudante mostrou-me uma folha solta preenchida frente e verso onde no alto estava escrito “100 maneiras de amar Kelsey sem ter sexo”. Passando os olhos pela lista, li coisas como “Olhar as estrelas”, “Ajudá-la quando for chamada a trabalhar como babá” etc. Dias depois enviou-me um email:
Agora não cruzo meu olhar com o de Kelsey: eu a olho nos olhos. Não jogo fora nossas conversas: as guardo como preciosidades. Estamos lidando com nossos problemas melhor que antes, quando nos distraíamos com sexo. A lista das 100 coisas foi completada; agora vou trabalhar na lista das 1000 coisas a fazer até marcar nosso casamento. Fará toda a diferença a longo prazo.
No Cântico dos Cânticos, o autor previne os recém-casados para “apanhar as pequenas raposas que devastam as vinhas em flor”. A luxúria muitas vezes mina a simplicidade dos relacionamentos em botão.
(veja aqui uma lista de filmes com exemplos de homens honrados, do indicadíssimo Mel de Moça)
A ideia do amor único é muito mais estimulante e apaixonante do que a ideia de distribuir seu amor a muitos, como se o amor pudesse ser dividido. O amor é expresso de maneira mais perfeita por meio do sacrifício, e por isso você jamais encontrará uma verdadeira história de amor em que falta isso. É o que as torna tão românticas.
A cultura do divórcio e da sensualidade substituíram a do sacrifício. No lugar do amor vibrante, apresentaram-nos uma luxúria vazia. Quando casais guardam a intimidade sexual para o casamento, descobrem que a castidade intensifica a excitação.Como explicou o filósofo Dietrich Von Hildebrand: “O valor de cada presente é aumentado se ele existe unicamente para aquele a quem é dado”.
Veja as demais 5 vantagens de viver a castidade
*O filme Orgulho e Preconceito, inspirado no livro de mesmo nome da escritora britânica Jane Austen, é uma lição às mulheres sobre relacionamentos. Nesta e em outras obras – Persuasão, Razão e Sensibilidade etc -, Jane Austen revela a grande conselheira amorosa que é. Antes de assistir a Orgulho e Preconceito e outras adaptações, recomendo vivamente a leitura da obra dessa escritora. Tentarei mais tarde fazer postagens comentando as lições encontradas em suas heroínas, tomando por base um livro que já faz isso, o A fórmula do amor, de Elizabeth Kantor.
Fonte: https://santaigrejacatolica.com.br/2019/02/18/10-vantagens-de-viver-a-castidade-parte-1-2/