Por que Jesus exige que pratiquemos a pureza de coração?


Por que Jesus exige que pratiquemos a pureza de coração? Como assim não podemos desejar uma mulher que passa na rua? Que tipo de desejo é esse que Jesus se refere? E se eu amo minha namorada, não posso ter relação sexual com ela? A castidade cristã, longe de ser um costume “velho” e “estraga prazeres”, é a melhor maneira de vivermos o amor verdadeiro e humano em toda sua profundidade e dignidade. Mas como, então, podemos pôr em prática essa virtude? Jesus disse: Todo aquele que olhar para uma mulher, com desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. (Mt 5, 27-32)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno.

Se tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno.

Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério”.

“O sábio teme e foge, diz a Sagrada Escritura; só o louco confia em si mesmo e sucumbe” (Pr 14, 10)

O 6.º e 9.º Mandamentos, nos proíbem, respectivamente, de praticar o adultério e desejar a mulher do próximo. Esses dois artigos da Lei divina, embora pareçam a muitos uma injusta “opressão”, constituem na verdade duas formas libertadoras de amor: de fato, não foi senão para o nosso bem — para a realização da felicidade que realmente nos corresponde enquanto homens, livres e racionais — que Deus quis explicitar os conteúdos básicos da lei natural nas tábuas do Decálogo. É por esse motivo que a castidade cristã, longe de ser um costume “velho” e “estraga prazeres”, é a melhor maneira de vivermos o amor humano em toda sua profundidade e dignidade. Mas como, então, podemos pôr em prática essa virtude?

 

 

O primeiro passo está no 9.º, e não no 6.º Mandamento, como indica Jesus no Evangelho desta quinta-feira. Para evitar tanto o adultério quanto outras práticas sexuais desordenadas, o primeiro que temos de fazer é disciplinar o nosso interior, educar os nossos olhos e afetos mais íntimos. A razão disso é que, para ser casto externamente (segundo o 6.º Mandamento), é preciso antes sê-lo internamente (de acordo com o 9.º), de forma radical e corajosa. Nesta matéria, não há pretextos nem meios termos: “Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti!”, diz Aquele que conhece o nosso coração melhor do que nós. Isso significa, na prática, que devemos fazer de tudo, com diligente rapidez, para não nos fixarmos em imagens impuras, estejam onde estiverem, nem consentirmos em qualquer desejo ou movimento menos honesto.

Quem se expõe voluntariamente à ocasião de pecado, dificilmente se preservará da queda. Evita, por isso, toda a familiaridade com pessoas de outro sexo, por mais piedosas que sejam elas, pois o demônio sabe prender entre si as pessoas piedosas por uma certa inclinação natural, que é contrária à pureza do coração; ele não as incita ao princípio a grandes pecados, mas condu-las, se elas não se acautelam, pouco a pouco, à beira do abismo. Por isso, logo que notares qualquer inclinação desregrada no teu corarão, procura sufocá-la imediatamente, porque, se a deixares crescer, será mais forde, dificílimo arrancá-la e destruí-la.

No falar observa a maior modéstia, e se tiveres de ouvir conversas inconvenientes, foge quanto antes e, se isso não te for possível, segue o conselho do Espírito Santo:

“Circunda teus ouvidos de espinhos e não queiras ouvir a língua perversa” (Eclo 28, 28)

 

 

Corrige aquele que entretém tais conversas ou, ao menos, dá mostras de que uma tal conversa te desagrada.

Procura repelir de teu coração todos os pensamentos desonestos logo que os perceberes. Não entres em questão alguma com o demônio, mas arma-te imediatamente com a oração. A experiência ensina que aquele que recorre a Deus nas tentações não cai, ao passo que consente no pecado quem então deixa de rezar. Por isso, logo que fores atacado por uma tentação impura, invoca os santos nomes de Jesus e Maria; esses nomes têm o poder de afugentar o inimigo e apagar o fogo da impureza. Se a tentação perdura, não te perturbes por isso. Entrega-te então com toda a humildade à vontade de Deus, que permite essa provação.

Persigna-te repetidas vezes com o sinal da Santa Cruz e toma a água benta; recebe os santos Sacramentos, ajoelha-te aos pés de teu crucifixo ou de uma imagem de Santíssima Virgem e pede e suplica até que venha o auxílio.

Ao falarmos sobre a virtude da pureza, é importante sabermos o que ela é. Com base no conceito de pureza,  compreendemos que “a pureza é a qualidade do que é puro (aquele ou aquilo que está livre e isento de qualquer mistura de outra coisa, que não inclui nenhuma condição, exceção ou restrição nem prazo, ou que está isento de imperfeições morais)… E por outro lado, diz respeito à virgindade e à castidade. Uma mulher pura, por conseguinte, é aquela que nunca teve experiências sexuais”.

 

 

Na filosofia, seu conceito tem foco na vida do ser humano. Nós cristãos ficaremos com o conceito da pureza espiritual, em que cada pessoa busca a Deus verdadeiramente, ou seja, de todo coração, e consequentemente busca o bem do outro sem interesses pessoais (cf. I Cor 13,5). Desse modo, coloca os seus dons e talentos a serviço de Deus e dos outros sem esperar nada em troca.

Considerando o conceito filosófico, a pessoa que age dessa maneira tem uma pureza de espírito, e isso demonstra que não é egoísta. A vivência da pureza espiritual requer a busca de santidade com Deus, que, consequentemente, se estende em comunhão com os seres humanos, portanto, os prazeres do mundo não podem mais fazer parte da vida pura e santa.

Nossa Senhora em vista do projeto da salvação da humanidade, é concebida por graça de Deus sem pecado original, ou seja, Maria nasceu e permaneceu em estado de pureza divina, pois no seu ventre conceberia Deus feito homem.

A pureza de Deus e o ventre de Maria

A pureza de Maria é total, e como criatura humana não foi poupada na sua humanidade, ou seja, viveu o processo natural das provações e tentações terrenas, porém, em nenhuma delas cedeu ao pecado, e levou uma vida santa.
A Sua pureza nasce no coração, que para nós cristãos simboliza o centro ou núcleo do nosso ser; dele originam as nossas boas ou más ações: “O coração é a morada onde estou, onde habito (e segundo a expressão semítica ou bíblica, onde eu «desço»). É o nosso centro oculto, inapreensível, quer para a nossa razão quer para a dos outros: só o Espírito de Deus é que o pode sondar e conhecer. E o lugar da decisão, no mais profundo das nossas tendências psíquicas, é a sede da verdade, onde escolhemos a vida ou a morte.” (CIC 2563)

 

 

Maria, durante toda a sua vida, viveu de fé, uma fé pura e genuína que lhe proporcionou uma comunhão plena com a vontade de Deus. Essa pureza de fé é inata ao seu coração, e por isso é bem-aventurada diante de Deus: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus” (cf. Mt 5,8). Maria não somente vê a Deus com os olhos da fé, como também faz experiências sobrenaturais, e uma delas foi receber a visita do Anjo Gabriel, um mensageiro divino; e de modo determinante, em seu ventre puro e santo, o próprio Deus fez morada e habita no meio de nós.

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Esforço interior e graça de Deus

Precisamos viver a virtude da pureza do coração na vida terrena para vermos Deus face a face na eternidade. Desse modo, exercitamos a visão espiritual, pois vemos em toda a criação o que é de Deus, e damos sentido divino ao que vivemos. Com a pureza de coração, banimos o homem mundano em nós e damos lugar ao homem espiritual, a estatura e maturidade de Cristo. (cf. Ef 4,13). Isso exige esforço interior, é um processo profundo que deve contar com a graça de Deus, na certeza de colher bons frutos.

É da pureza do coração que adestramos os nossos afetos e desejos, sendo vigilantes numa vida de oração, com disposição e determinação em levar uma vida santa: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio” (cf. Lc 6,45);

Vivendo a pureza do coração conseguiremos guardar a nossa castidade, os desejos incontroláveis da carne, desapegando das coisas encantadoras e atrativas do mundo. Maria, em toda a sua vida, teve Deus como o primeiro em seu coração. Imitando a sua pureza divina, o homem alcançará o céu onde contemplará a face de Deus. Em Fátima, Nossa Senhora nos alerta de que os pecados contra a impureza são os que mais levam as almas para o inferno, pois são os mais frequentes.

 

 

Pureza na prática

De modo prático, empenhemo-nos numa vida santa, exercitando pensar em Deus diante das impurezas nos pensamentos, palavras e ações. Desviemos o nosso olhar do que nos leva a pecar, sem os fixar no corpo do outro com malícia nem alimentando os desejos carnais que nos fazem pecar contra a pureza, pois eles são os espelhos da alma.

Procuremos contemplar o Senhor na Adoração, que nos purifica e santifica. Jejuar também é uma forma eficaz de viver a castidade, fugir das ocasiões que nos levam a pecar, pois somos frágeis e pecadores, e lembremo-nos sempre de ter uma vida de constante oração, aproveitando todas as situações da vida para rezar e, de modo particular, contar com a ajuda da Mãe do Céu através da reza do terço, pois “É a Virgem Maria, esse ser luminoso, todo puro da pureza de Deus, que me tomará pela mão para me introduzir no céu” (Santa Elizabete da Trindade).

 

 

Que Deus nos conceda, hoje e sempre, a graça de um olhar limpo, dirigido para o que é bom; de um espírito forte, que não ceda a nenhuma impureza; e de uma vida honesta, na qual resplandeça a pureza de um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo.

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